terça-feira, 9 de outubro de 2012

Espadas cruzadas


Há muito tempo, os habitantes de um reino distante viam-se à mercê de invasores que avançavam pela sua frágil muralha e saqueavam seus mantimentos.
Sir Anthony, ministro da guarda real, embora confiasse nos lordes Anderson, Alex e Alisson, nem sempre poderia contar com estes vez que ouvia-se pelas ruas, antiga maldição que dizia não se poder contar com defensores que empunhassem espadas com mesma mão, vez que dessa forma, não se cruzariam, comprometendo a defesa.
Supersticiosos, quando Lord Anderson era ferido em combate, os Lordes Alex e Alisson não poderiam ocupar posições de defesa.
Pela lenda, na última vez que defensores empunharam espadas com a mesma mão, bárbaros invadiram as muralhas e por pouco não aniquilaram o reino. Assim, como nem sempre os melhores defensores ficavam à frente dos portões, não era raro encontrar o Cavaleiro Thiago, último guardião, ferido, vez que pouco era protegido pelas linhas de defesa.
A crise tomava conta conta do reino e esperavam seus habitantes pelo pior. Numa dessas batalhas, Sir Anthony e muitos dos defensores vieram a falecer, tendo os bárbaros se reagrupado em maior número frente ao portão do reino. Era questão de tempo para o pior.
Sem ter quem defendesse a cidade, os lordes Thiago, Alex e Alisson lutaram sozinhos contra hordas de bárbaros, superstições e lendas. Juntos, venceram os inimigos e protegeram os habitantes do reino das três cores.
Não há espaço para lendas ou superstições no futebol moderno. Os melhores devem sempre atuar.

http://www.radioparanaclube.com.br
http://www.bemparana.com.br
http://www.paranautas.com
http://www.bolaredondabrasil.blogspot.com



Raio X - Boa Esporte x Paraná Clube

Próximas na tabela, as equipes iriam a campo esperando igualdade. Os mandantes esperavam um resultado positivo e assim superar o Tricolor diante de uma inexistente torcida enquanto os visitantes tinham a tarefa de voltar a Curitiba ao menos com um empate, o que lhes garantiria seguir adiante do oponente.

Alguns fatos são recorrentes no futebol, dentre eles as idiossincrasias sistemáticas dos “professores”. Ao verificar a escalação inicial de Cecílio, já vi que coisa “boa” não viria, ao menos para o Paraná. Antes de iniciar a transmissão pela Rádio Paraná Clube, ouvi de outros colegas em “abre-jogo” que a explicação dada por Cecílio para a escalação de Amarildo era a de que dois zagueiros canhotos não poderiam jogar juntos. Besteira, lenda sem fundamento científico, fato incabível no futebol profissional.

Ângelo até pode ter futuro mas, no momento, até pela inexperiência, vem se afobando e errando muito seja na frente como atrás. Se erra na frente, falta um matador, uma referência para corrigir; atrás, depende de seus pares para ter segurança e, na jornada, os mais próximos eram Amarildo e Vandinho, talvez as duas maiores insistências do atual treinador paranista. Não entendo como Paulo Henrique não é titular nem como Lisa não está sempre no banco mas, como parte da torcida não gosta desses atletas, melhor para alguns até correr riscos e quem sabe, queimar o garoto. Tenho que Paulo Henrique ajuda muito na cobertura, sempre salvando o Zagueiro Central. Nem todos concordam.

Nesse momento fiquei preocupado e indaguei Aírton Assunção (nosso comentarista da Radio Paraná Clube) se não era perigoso ter um treinador que acreditasse em lendas urbanas aplicadas ao futebol. O temor inicial acabou por se confirmar mais cedo do que esperávamos mas, como sempre, vem ocorrendo; o que é indício de que algo está errado e devem ser tomadas providências.

O árbitro trilou o apito, a partida começou e, a exemplo do que disse no último raio-X, o Paraná demonstrou ser uma equipe que segue roteiros à risca.

Enquanto os times ainda se estudavam, os mandantes levantaram a bola dentro da área paranista e os três mosqueteiros do lado direito se complicaram como prevíamos. Assim, Toninho Marvadeza (é, aquele mesmo...) cabeceou e abriu o placar aos 4 minutos.

O gol, como sempre, parece ter fervido o sangue da equipe paranista e, após melhorar, em lance onde Fernandinho pela direita, cansou de cruzar para ver se alguém faria algo, o inacreditável Amarildo empatou aos 9 minutos.

Nesse momento (como sempre, aliás) o Paraná passou a ter mais posse e deu a impressão de que resolveria a partida até na primeira etapa mas então, novamente, quando melhor em campo, o sistema defensivo Tricolor falhou e sofreu novo gol de “Marvadeza” aos 15.

Embora com mais posse e escanteios que o adversário, o Paraná seguia sem agredir, falhando ora no último passe, ora refugando as poucas oportunidades de finalizações. Com a vantagem no placar, o Boa limitava-se a explorar os contra-ataques.

No primeiro tempo, cabe ressaltar ainda que não fora marcada uma penalidade cometida por Radamés quando, dentro da área, colocou a mão na bola.

Na primeira etapa (onde ninguém ficou impedido) o Tricolor cometeu menos faltas (5) que o Boa (8); teve aparentemente mais posse de bola, superando o adversário em escanteios (9 a 4) mas perdeu em finalizações (5 a 3), o que demonstra que a equipe paranista sabe ficar com a bola mas não consegue criar oportunidades claras e finalizar com perigo.

Veio o intervalo e o Paraná parecia melhor que o oponente. Tal sentimento perdurou por quase toda a segunda etapa mas, como sempre, a areia da ampulheta paranista se esvaía e nada da equipe conseguir converter as oportunidades em gols apesar de sua frágil e aparente supremacia.

Inexplicavelmente Toninho sacou Fernandinho do time. Não que Wellington não devesse estar na equipe, aliás, acredito que o meia canhoto deve ser titular no lugar de um dos avantes que nada produzem.

Nílson (que entrou no lugar de Cambará) até que apresentou alguma vontade mas nem Arthur como seu substituto Marquinho, conseguiram algo produzir. A se destacar, a morosidade em Cecílio em promover alterações, tentar mudar o panorama da partida.

Novamente a torcida teve a impressão de que a equipe poderia reverter o placar quando bem entendesse mas, como sempre, nada ocorreu e o segundo tempo acabou como começou, mesmo tendo o Tricolor feito menos faltas (6 a 7) e finalizado mais (6 a 4). As equipes acabaram essa etapa com seis escanteios e um impedimento cada.

Novamente cabe ressaltarmos que o trio de arbitragem furtou-se a marcar penalidade cometida sobre Alex Alves. Aliás, da arbitragem, apenas pode-se destacar o par de pernas de Lilian da Silva Fernandes Bruno, afinal, a partida era fácil mas ficou difícil exatamente porque o trio, e principalmente o comandante Marielson Alves Silva, não se impôs.

Em resumo, foi um embate como muitos outros do Tricolor no ano. Uma escalação com pontos a ser questionados onde falhas ocorreram nos setores onde pairavam interrogações. Falhas defensivas precoces fizeram a equipe correr atrás do resultado e, quando consegue a igualdade, perde força, relaxa, falha e sofre outro gol, do qual não conseguiu se recuperar porque o treinador alterou errado, tardando em fazê-lo, sendo a arbitragem tão sofrível quanto o desempenho da equipe.
 

Atuações individuais:

Toninho Cecílio (4,0): Não sei se é pior ter um treinador que acredite em lendas urbanas ou alguém quem, em dois anos de carreira recente, tenha ficado nove meses sem atuar. A falta de critérios para a escalação, a insistência com peças que não vêm rendendo e a morosidade para tentar alterar o resultado de uma partida “fácil” fazem do “professor” o menos feliz da jornada. O futebol moderno pressupõe estudo, atualização, olhar coerente e o desapego com superstições ou opções equivocadas anteriores. Cecílio é mais um Fonseca, um Cavalo, um Macuglia e a meu ver, o comando de futebol paranista deveria limitar seu campo de ação, opção. Não é hora de trocar uma escolha mal feita mas sim de evitar que o dano aumente, intervindo.

Thiago Rodrigues (6,0): O melhor goleiro do elenco está entregue ao azar e às opções defensivas. Não teve culpa nos gols.
 
Ângelo (5,0): O garoto ainda não está pronto. Tem futuro mas por ora transmite insegurança, sofrendo com nervosismo e afobação, sendo ainda prejudicado pelas falhas dos colegas de defesa.

Amarildo (5,0): Mesmo com o gol que fez não pode ser escalado como titular. Falha recorrentemente e por vezes demonstra descompromisso.

Alex Alves (6,5): É o melhor nome da defesa Tricolor mas, pela pouca experiência, sente as falhas dos seus colegas de setor.

Fernandinho (6,5): Mesmo não na sua melhor jornada, roubou bolas, fez assistências e tentou empurrar o time à frente.

Vandinho (5,0): Nem parece o volante que bem atuou na França. Lento, não marca, furta-se a dar o bote, pouco ocupando espaços defensivos e atrasando praticamente toda transição que passa por si.

Ricardo Conceição (6,0): Atuou de forma tímida, nem perto de outras atuações.

Cambará (5,5): Pouco apareceu para o jogo.
Lúcio Flávio (6,0): Voltou a cadenciar demais a partida. Quando não está na sua melhor jornada a equipe sente.

Luisinho (5,0): Já é hora de deixar a titularidade. Há tempos não rende. Gosta de perder a cabeça e fazer faltas.

Arthur (5,5): Tenta, pelas poucas opções, atuar como referência mas não o faz. É mais um brigador que tenta ajudar o time fazendo o pivô mas não tem porte e força para tal.

Nílson (5,5): Atuou pouco, deu a impressão de algo poderia fazer mas não teve tempo.

Marquinhos (5,0): Prejudicado pelo pouco tempo em campo, nada fez.

Wellington (6,0): Entrou tarde, numa roubada e, quando entrou no jogo a partida acabou.
 

O que fazer?
 
Tenho a opinião de que para esta reta final a equipe precisa de segurança. Para isso, que se coloquem os melhores em campo, independentemente da opinião (ou má-vontade) de alguns.

Vejo a melhor formação paranista, hoje, como sendo: Thiago Rodrigues; Paulo Henrique, Anderson, Alex Alves e Fernandinho; Ricardo Conceição, Packer, Cambará, Wellington, Lúcio Flávio e Arthur.

Com mais gente povoando a meia cancha, pode-se jogar sem um cabeça de área propriamente dito. Assim, com mais toque, tende-se a melhor criar. Não há necessidade de dois atacantes, visto que não há um sequer que nessa posição esteja convencendo.

Caso um dos zagueiros citados não puder jogar, que entre o competente Alisson, ficando Rogério no banco para pegar ritmo aos poucos, sem ser jogado em nenhuma fogueira.

No ataque, talvez Nílson possa ter mais tempo de jogo. Lisa, pela experiência pode ser aproveitado como opção, até para preservar Ângelo, que demonstra ter futuro.

http://www.radioparanaclube.com.br
http://www.bemparana.com.br
http://www.paranautas.com
http://www.bolaredondabrasil.blogspot.com

domingo, 1 de julho de 2012

No hay que perder la ternura, ni tampoco el senso crítico


Descaracterizo a célebre frase do “Che” no intuito de, sem nenhuma pretensão doutrinária, compartilhar impressões.
Creio que não há, ao menos neste mundo, paranista que não simpatize com Ricardo Luís Pozzi Rodrigues.
Particularmente sou suspeito para tratar do tema. Fã do atleta, quando presidente da Paranautas fiz questão em entregar pessoalmente uma singela lembrança em nome de meus pares como reconhecimento pelas atuações e por elevar o nome do Tricolor onde quer que fosse.
A efetivação do então atleta como treinador, reconheço, frustrou-me em parte até por imaginar que o mesmo encerraria a carreira atuando na Vila. Tirando isso, é inegável a correta aposta da atual gestão Tricolor com o encaminhamento do ídolo ao cargo hoje exercido. Nenhum dos treinadores, desde a queda em 2007, apresentou tamanha identidade com o clube e torcida e muito menos ganhou sua confiança.
Esclarecido, Ricardinho demonstra nas coletivas o mesmo que quando em campo. O “saber futebol” está presente na análise posterior das partidas, algo até surpreendente para seu primeiro trabalho fora do gramado.
É normal que a torcida, inteligentemente, até pelo que representa o atual treinador, faça “vistas grossas” a algumas insistências deste com situações que o mesmo dominará num futuro próximo. Apesar do elenco limitado e do pouco tempo de atividade, o “capo” paranista vem obtendo resultados surpreendentes: passou adiante em fases da Copa do Brasil; na Série Prata, caminha a passos largos para o título invicto de ambos turnos e, no nacional, já se aproxima dos líderes, com alguns jogos de invencibilidade.
Não entendo que deva o torcedor tricolor abrandar o senso crítico, porém, acredito que deva ser usado com alguma “ternura”, daí o título acima.
Alguns não concordarão com a titularidade de Luís Carlos em detrimento da de Thiago Rodrigues. E daí? Não é melhor considerar que o Paraná tem dois jovens e promissores goleiros.
Sobre a zaga, após insistir com a escalação de Alex Alves como volante, foi o mesmo deslocado para sua posição originária e hoje, o jovem atleta melhora a olhos vistos, sendo titular absoluto juntamente com Paulo Henrique, Anderson e Fernandinho, os melhores do setor no atual elenco.
Na meia cancha existem dois volantes (Zé Luís e Conceição) para uma vaga e um jovem (Lucas) pedindo passagem. As outras três ou quatro vagas podem ser ocupadas tanto por Lúcio Flávio como Wellington, Packer, Luisinho ou Cambará, dependendo da disponibilidade.
No ataque, apenas Arthur parece ser titular absoluto, muito, pela falta de qualidade das opções na função, podendo, até por isso, considerar o comandante a escalação de quatro dos cinco meias citados com apenas um à frente.
Caso Ricardinho opte por quatro no meio, o companheiro de Arthur pode ser qualquer um que não faz diferença, até pelo risível rendimento dos demais avantes.
Com opções limitadas e mesmo sem um atacante convincente, voltou o Paraná ser competitivo e, diante das apresentações dos rivais de divisão, sinto-me à vontade (sem o lado torcedor) para dizer que o Tricolor deverá lutar pelo título, principalmente caso contrate ao menos um zagueiro e dois avantes confiáveis, não o apenas rápido e voluntarioso Geraldo. De esforçado já basta o Silva, que ao menos luta.
Deixem o homem trabalhar e curtam o momento! Em pouco tempo Ricardo já devolveu a competitividade à agremiação. Certamente, em pouco mais, tratará as alterações durante a partida com mais lógica, coerência e a análise anterior aos embates terá a mesma qualidade que as posteriores.

http://www.radioparanaclube.com.br
http://www.bemparana.com.br
http://www.paranautas.com
http://www.bolaredondabrasil.blogspot.com

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quem não ajuda, atrapalha!


Na grande maioria das rodas, quando a conversa descamba para o futebol, após as brincadeiras e provocações, normalmente passa-se a conversar sobre os elencos, quem vai bem e quem não corresponde.
Nessas simples e rotineiras conversas, pode-se facilmente perceber quem efetivamente conta com a confiança dos seus torcedores e quem não tem lugar nas respectivas equipes.
Trazendo esse contexto para o Tricolor. Se estivéssemos conversando sobre o elenco, haveria um consenso?
Creio que sim. A cada partida fica mais claro, ao menos para mim, que os envolvidos na Série Prata estão num “reality show” onde os candidatos à eliminação, certamente deverão desonerar os cofres do clube após o encerramento dessa competição. Mas quem ficará na casa paranista para ir atrás da volta à primeira?
Thiago Rodrigues e Luís Carlos tem potencial mas são novos. Para mim estes ajudam e Jociel pode ser mantido no elenco para uma eventualidade.
Alex Alves demonstra potencial. Ele e Anderson parecem dar conta do recado mas Alisson e Amarildo não parecem estar no mesmo nível, aliás, este último, vem recorrentemente perdendo bolas, tropeçando, complicando o sistema defensivo. Talvez neste setor, novos competidores possam agradar aos espectadores.
Paulo Henrique, segundo as estatísticas, é um dos que mais é acionado. Irá ele ao Vasco? Lisa, bom no regional, tem capacidade de ser titular no nacional? Os números dizem que Fernandinho é quem mais toca na bola, e o faz com qualidade. Igor, improvisado, não demonstra regularidade, errando muitos cruzamentos. Não seria a hora de dar um ultimato e oportunidade ao potencial do Henrique? O garoto vem desperdiçando oportunidades, assim como Dieguinho. Mas, sendo estes pratas da casa e eventualmente, dinheiro futuro em caixa para o Tricolor, não deveriam ter mais uma chance? Particularmente, aposto no Henrique, mas não no Dieguinho, que parece ter a cabeça em outras coisas.
Na cabeça de área, Cambará vem surpreendendo. O mesmo vem ocorrendo com Zé Luís, Conceição e Lucas Souza. O jovem Henrique Alemão tende a crescer participando do grupo. Entendo estarmos bem servidos e com opções interessantes.
O mesmo, ao meu ver, ocorre com a meia-cancha. Wellington, Packer, Lúcio Flávio, Luisinho estão agradando. Maicon vem num crescendo. Marquinhos parece afobado mas, com direcionamento, pode vingar.
O ataque para mim parece ser o ponto fraco. O jovem Wendell, por falta de opções que rendam no setor, foi deslocado mas, assim como no meio, não vingou. Hugo, a eterna promessa, segue com o mesmo descrédito que teve nas equipes anteriores. Este, pra mim, é o primeiro a ser eliminado. Douglas Tanque é novo mas está aquém das expectativas e do potencial, está perdendo grande oportunidade. Nilson parece ser o mais pronto, mas mesmo assim não vem tendo chances para pegar ritmo. Thiago Bispo esbarra na pressa. Surpresa mesmo é o Wellington Silva. Jovem ainda, sem agradar, foi emprestado por dois anos e voltou. Longe de ser virtuoso, teve humildade para disputar lugar no time do regional e, sob críticas, levantou a cabeça para brigar de igual com os nomes acima, deixando sua marca. Entendo que, como na zaga, dois novos competidores com vontade de brilhar possam ajudar.
Quem não ajuda, atrapalha. E o pior desses é aquele que sequer tem a intenção de ajudar. Vontade diz muito. Dentro das limitações financeiras da entidade, entendo que o elenco já é competitivo mas, afastando quem não está disposto a contribuir e com os quatro “reforços”, pode sim atingir seu objetivo.
E para seguir nessa toada, quem ajudar deve ser mantido na próxima temporada.

http://www.radioparanaclube.com.br
http://www.bemparana.com.br
http://www.paranautas.com
http://www.bolaredondabrasil.blogspot.com


segunda-feira, 18 de junho de 2012

A bola ensina


Uma frase de efeito (muito deturpada ultimamente) passou a, recentemente, aparecer recorrentemente nas coletivas dos treinadores, que andam cada vez mais eloquentes: “a bola pune”.
No meu entender a bola não pune, ensina, punindo apenas os teimosos ou quem prefira não assimilar ensinamentos básicos.
Recentemente o Chelsea venceu a Copa dos Campeões européia, eliminando Barcelona e Bayern de Munique, dois dos times com futebol mais vistoso do momento, usando apenas de expedientes defensivos, um elenco forte e aplicado. O Chelsea é ruim? Não, de forma alguma, ao contrário, é um time forte quando faz (e bem) aquilo a que se dispõe.
Na Eurocopa a Grécia, usando inteligentemente apenas das armas que dispunha, avançou de fase mesmo sendo tida como a equipe mais fraca das dezesseis finalistas. A forte Holanda, achou que apenas jogando pra frente faria valer a maior qualidade dos seus atletas e foi eliminada sem uma vitória sequer.
Não sou favorável à retranca para garantir resultados, até por entender que quanto mais longe a bola do próprio gol, melhor. Gosto de ver o futebol ofensivo, no entanto, prefiro o futebol inteligente, aquele jogado aproveitando o que de melhor tem o elenco.
No caso do Paraná Clube, qual seria a melhor forma de jogo?
Entendo que na odiosa Série Prata, em face da melhor qualidade técnica e individual, pode o tricolor atuar de uma forma mais solta. Não que Wellington Silva ou Hugo sejam brilhantes, mas diante de adversários sem torcida, qualidade e tradição, com um pouco de zelo o resultado positivo acaba ocorrendo, como, por exemplo, aconteceu diante do Junior Team.
Mas e no nacional, é inteligente que o Paraná assuma uma postura mais “franca”, como vem ocorrendo?
Entendo que as peças do elenco tricolor são suficientes (apesar da falta de qualidade individual defensiva) para que se tenha uma equipe competitiva. A força paranista deve residir na luta e isso importa no conhecimento real do que cada um pode fazer.
O Paraná perdeu pontos atuando melhor que seus oponentes (Guarani, América de Minas, por exemplo), muito, por assumir o embate de forma franca, acreditando que esse futebol sem chutão, com passes, elaborado, fosse a solução.
Maldito Barcelona, fez acreditarmos que futebol bonito é fácil de se fazer! Poucos esquecem que o time catalão tem um projeto de base há trinta anos e as peças de fora são escolhidas a dedo. Alguém em sã consciência poderia pedir a André Vinícius ou Amarildo que saiam sem bicudas à frente?
Ricardinho, para seguir competitivo tem que entender as limitações de sua equipe e fortalecer os pontos ainda não resolvidos. De bola, ele sabe muito e para ser competitivo, antes de brilhante, é só seguir ouvindo o que a mesma tem a ensinar.

http://www.radioparanaclube.com.br
http://www.bemparana.com.br
http://www.paranautas.com
http://www.bolaredondabrasil.blogspot.com