segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sinal amarelo generalizado

Venho nas últimas colunas alertando para a queda de rendimento do Paraná, decorrente  principalmente das opções tomadas por seu treinador. Infelizmente, alguns torcedores mais “puritanos” preferem tomar os alertas ufanisticamente como sendo potenciais “ofensas à instituição”. Lamento tal posição mas não posso ser permissivo ou influenciável. Mantenho minha tradicional postura em trazer os aspectos positivos e aqueles que podem ser revistos, principalmente porque acredito que tem sim o tricolor nesta temporada real condição de regressar à elite do futebol nacional e não podemos desperdiçar essa oportunidade atendendo a idiossincrasias de treinadores.
Entre “jogar para a torcida” e analisar aspectos relevantes e pertinentes, fico com a última postura. Claro que seria mais fácil dizer que tudo está bem e, como um Policarpo Quaresma, afirmar que tudo segue no caminho certo. A verdade é que, embora esteja no G4, o aproveitamento tricolor beira os 52%, aquém da meta dos 60% que garante com tranqüilidade o acesso.
A segundona está quase na virada do turno, foram disputadas dezoito partidas e, se as primeiras davam ao torcedor paranista alguma esperança, as últimas não dizem o mesmo, pelo contrário.  Nas últimas seis partidas o Paraná fez apenas cinco dos dezoito pontos em disputa, parcos 27,7% de aproveitamento de pontos. Pior ainda; dos últimos doze pontos disputados em casa, o tricolor somou apenas três, perdendo nove importantíssimos pontos, seis deles para equipes que sequer figuravam no início das respectivas rodadas dentre as dez melhores (Barueri e Sport), tendo aproveitamento de 25%. Ao menos o Paraná pontuou (dois empates) nas partidas fora de casa no período. Muito pouco para quem tem pretensões em subir.
Detalhe preocupante é verificar que nesses seis jogos o tricolor sofreu oito gols e marcou apenas cinco, menos de um por jogo. Apesar disso, o treinador Fonseca segue, inexplicavelmente, preferindo Giancarlo aos demais atacantes.
Wellington caiu muito de produção e, até por estar melhor marcado, não vem rendendo como no início da segundona. O fato é que Fonseca parece não estar se adequando às novas exigências, teimando num esquema que funcionou apenas enquanto as equipes ainda estavam em formação e que nitidamente não mais tem a mesma serventia.
O esquema com três volantes, que dava segurança enquanto o time adquiria entrosamento já foi “manjado” pelos oponentes e limita as possibilidades criativas tricolores. Qualquer equipe que povoe o meio e marque Lima e Wellington, acaba com as melhores possibilidades ofensivas do Paraná.
Fonseca segue ainda insistindo em improvisações de zagueiros nas laterais em partidas fora de casa, na manutenção dos três volantes e apenas um meia, nas orientações deveras cautelosas aos dois laterais e principalmente, na equivocada visão das opções ofensivas. Isso claro, sem contar com o fato de não escalar seu melhor zagueiro, Brinner, no comando da defesa.
O Paraná está no G4, vê seus oponentes acima se distanciarem e os debaixo aproximarem-se perigosamente. A grande verdade é que o Paraná só não saiu do G4 nas últimas seis rodadas porque as demais equipes vem também tropeçando.
A questão é: o Paraná vai endossar as teimosias de Fonseca e desperdiçar o melhor momento e elenco desde 2008 ou se adequar ao necessário hoje para obter sucesso na segundona?
Não é coincidência o fato dos líderes terem os melhores ataques. Quem faz gols vence. O tricolor peca exatamente pela incapacidade dos seus avantes (Giancarlo e Maranhão) em concluir as jogadas, motivo pelo qual devem ser sacados.
O Paraná precisa, para seguir trilhando seu retorno à primeira, dar segurança ao Zé Carlos mantendo Brinner e Amarildo na zaga. Com orientação e proteção de dois volantes (Urso e Garroni, Serginho ou Cambará, dependendo do perfil do adversário), Lisa e Lima podem ser liberados para também atacar. Wellington precisa do apoio de outro meia ou terceiro homem de meio, que pode ser Packer ou Cambará. Assim, na frente, o bom Hernane poderá contar com a capacidade de abrir espaço de Ricardinho ou mesmo do voluntarioso Borebi.
Confio no Paraná, no belo trabalho diretivo e, embora me preocupe com a falta de atitude de Fonseca, torço para que ele seja iluminado e deixe para trás as teimosias que têm prejudicado/comprometido o melhor desenvolvimento do tricolor.

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