domingo, 10 de agosto de 2008

Vale quanto?

Costumamos analisar sempre o mundo que nos rodeia, isso faz parte da natureza humana. Inconscientemente e até às vezes, levianamente, ficamos à vontade para valorar atos de terceiros, nem sempre com conhecimento de causa, considerando apenas o reflexo final dos atos.

Como avaliar de forma isenta o planejamento, a campanha paranista em 2008, ou mesmo de algum tempo para cá, sem cair na “vala comum” de blasfemar contra os titulares dos cargos diretivos da entidade? Simples, analisando a trajetória, os acontecimentos, as aquisições e principalmente, os resultados em campo.

Uma análise lógica e objetiva indica que a atual gestão tinha relações muito estreitas com as anteriores, inclusive com a participação de algumas peças em cargos importantes dessas. Tais fatos não podem ser negados.

Ainda com esse raciocínio, somente com o elencar de fatos, temos que o Paraná teve em sua maior parte, campanhas razoáveis. Em 2006 saiu da fila de títulos estaduais e classificou-se à Libertadores. Em 2007 perdeu o título para o modesto Paranavaí, passou da fase de grupos do maior torneio continental mas, graças aos atos de seus dirigentes, que coniventemente desfizeram “dois times”em quatro meses, foi rebaixado demonstrando que, no ano da maioridade, não tinha ainda juízo.

Muito se ouviu, pouco se viu. O paranista que acompanha a equipe nos últimos tempos ouve falar em GI, Vavá, BASE, Josiel, Miranda, cheques, rebaixamento, penhora da Kennedy, departamento médico, sempre com informações desencontradas e nem sempre claras, logo, só pode fazer seu juízo baseado pelo que vê.

Se muito ouviu, o que viu o torcedor tricolor além do belíssimo trabalho de marketing que hoje se faz?

Por melhor que seja esse departamento, com um “produto questionável”, como se obter o retorno se, em campo isso não ocorre, reflexo direto das más escolhas do comando atual seja com treinadores e elenco?

Queiram ou não, é fato inegável que a situação ocorre sob esse comando e, se vários treinadores e atletas não “vingaram” sob sua chancela, “vale” a pena para a entidade que a mesma siga refém de sua teimosia em seguir governando ou em que seja mantida essa mesma filosofia?

Embora cada um tenha um juízo pessoal sobre se deve ser tolerado que dirigentes possam também ser empresários e se isso não gera um conflito de interesses, “vale a pena” pagar tal preço?

O tricolor hoje infelizmente é um time de “vitrine”que perde jogadores pelos erros do passado e do presente e que não objetiva a formação de uma equipe competitiva. Isso quem diz não sou eu, é a tabela, são os resultados, é o sofrimento estampado a cada lamentável apresentação da equipe.

Vale a pena seguir suportando (em ambos sentidos) uma administração que não consegue (e infelizmente nem demonstra tentar de forma eficaz) fazer com que exista algo de esperança para o torcedor?

Sempre aprendi que as coisas se fazem, não se tentam, ou não se fazem de qualquer forma. Os que não conseguem fazer se defendem argumentando que os que falam, nada efetivam, desviando o foco da realidade, buscando comprometer mesmo quem apenas relata números e fatos.

Se muita coisa foi mudada no Paraná e os resultados não ocorrem, não seria o momento de que o “norte” ou que a fonte da orientação seja alterada?

Mais do que faixas, protestos ou qualquer coisa, o reconhecimento público da não obtenção de resultados mesmo com reiteradas mudanças pela atual gestão, deveria surtir um efeito pessoal que levasse à reflexão de quem não consegue fazer com que o Paraná, ao invés de lutar para não cair para a terceira divisão, demonstre um futebol capaz ao menos de brigar para retornar à elite da divisão nacional, e assim, que busque quem de direito, com dignidade, afastar-se do cargo, antecipando eleições.

Um dos orgulhos do Paranistas foi que em pouco tempo sua equipe passou a figurar no cenário nacional e, para os mesmos, em dois anos, sair da Libertadores para o ponto de onde tudo começou, seria algo mais do que trágico, e lembremos, é fato que tudo isso se deu com um grupo de pessoas no comando da entidade.

Não há como dissociar o fracasso da equipe com quem o comanda, infelizmente. Se os mesmos são paranistas, deveriam assumir sua insustabilidade no cargo em razão, caso contrário, terá valido a pena toda a histórica e bela trajetória tricolor para que a teimosia de poucos em não assumir a própria incapacidade ou desvio de finalidade, devolva o Paraná ao ponto de partida?

Vale a pena seguir como está?

FORÇA TRICOLOR!

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