sexta-feira, 4 de julho de 2008

Série B

Poucas vezes a segunda divisão nacional esteve tão disputada. Para variar, os olhos voltam-se sempre para os "times grandes" que foram rebaixados e que seguem suas via crucis buscando retornar à divisão de elite do futebol nacional.

No início da competição, alguns times chamavam mais a atenção do que outros, dentre eles o Paraná Clube (desde 1993 na divisão de elite, todo-poderoso no Estado do Paraná nos anos 90 e que disputou a Libertadores de América em 2007), o Juventude (que ficou disputou treze temporadas seguidas na série A e que constantemente prega peças nos rivais gaúchos, saindo-se bem sempre em "mata-matas"), o Bahia (campeão brasileiro que após amargar na série "C", busca se reestruturar e ao menos, voltar ao seu tradicional status) e claro, o Corinthians Paulista (campeão brasileiro e mundial que dispensa maiores apresentações).

Dessas agremiações, o Corinthians demonstra que, com certa tranquilidade, voltará à divisão de elite, tendo inclusive disputado a finalíssima da Copa do Brasil este ano. Com vinte pontos em oito partidas, o time do Parque São Jorge conquista 83% dos pontos que disputa e apenas decorridas oito rodas demonstra perder algo de "gás".

O Juventude vem atuando mais como um time mineiro do que gaúcho. Devagar, o time de Caxias do Sul soma quinze pontos em oito rodadas e dá a impressão de consistência ao seu torcedor.

O Paraná Clube começou mal e apenas na nona partida disputada é que saiu da "Zona do Rebaixamento" mas, com Éverton em campo, é outro time e tende a melhorar de produção com o retorno de vários jogadores que estão há tempos no departamento médico da entidade.

O Bahia atualmente encontra-se na "zona perigosa", conta com alguns nomes rodados mas, até por não mais jogar em casa (em face aos lamentáveis incidentes passados recentes), perde muito da sua força.

Não surpreendentes são as campanhas do Grêmio Barueri (que conta com alguns jogadores interessantes no elenco) e principalmente, do São Caetano (calando os céticos que afirmavam sua fase ter "passado") e do Avaí (invicto desde que Silas assumiu o comando técnico dum elenco que conta com jogadores conhecidos e experientes como Marquinhos, Vandinho e Batista).

No entanto, não se surpreendam se as posições mudarem drásticamente, afinal, com a "janela FIFA", algumas agremiações poderão perder jogadores para times de fora do país ou da Série "A", ávidos por "repor eventuais perdas" causadas pelo mesmo motivo.

Teremos, então, vários campeonatos dentro de um só:

O primeiro, a meu ver, ocorre entre a primeira e a décima rodada. Aí, os elencos estarão se entrosando e recém contratados ainda estarão encontrando seu lugar no time, mostrando "serviço para o professor". Nesta fase, as equipes já "montadas" levam grande vantagem e acumulam uma "sobra de pontos" que pode ser decisiva às suas pretensões.

O segundo vai da décima-primeira rodada até a "janela FIFA". Nesse período os times mal sucedidos nos estaduais buscam seu melhor conjunto e todas as agremiações passam a "encontrar" suas melhores formações.

O terceiro vai da "janela FIFA" até a vigésima-oitava rodada. Nesse período, normalmente os times da parte de cima da tabela perdem jogadores para fora do país e para os da Série A que buscam repor as "peças perdidas". Tal fato acarreta na "aproximação" técnica das equipes, vez que os que não perderam atletas melhoram seu entrosamento e os demais buscam novas eficazes formações.

O quarto compreende a parte final do certame e se dá nas últimas dez rodadas. Nessa fase, as agremiações que estão na parte de baixo partem para soluções inusitadas enquanto as que estão na parte de "cima" consolidam suas pretensões. Aqui os jogos são francos, o público em campo aumenta e a sensação é a de que (como deveria ser) todo jogo é uma decisão.

Claro que nem estou abordando questões como lesões, o êxodo de atletas que representa falta de qualidade na mão-de-obra no futebol nacional, a "dança de cadeiras" (que tem ao final do campeonato, uma média de uma queda de treinador por rodada), e claro, atos diretivos e a repugnante eventualidade de "tapetão".

Por envolver tantas nuances no aspecto "macro" é que o futebol é sensacional! Nem abordo o dia-a-dia das entidades, o convívio, os treinamentos, a qualidade dos treinadores, cartolas e a sempre presente (e inconveniente em casos) atividade de empresários.

Por tudo o que foi dito, realmente a "segundona" parece estar disputada como nunca e, para "agremiações tradicionais" vem sendo até uma "muleta" para resgatar o amor da torcida, afinal, para o torcedor, não importa a divisão mas sim o sentimento pelo seu time e muitas vezes esse amor reverte em venda de camisas, planos de sócio-torcedor, etc...

E tem quem ainda não goste do sistema de pontos corridos ou mesmo, de termos um calendário diferente do europeu. Se por um lado temos mais "variáveis" para aprender a lidar, por outro, já que não há qualidade nem dentro nem fora de campo, ao menos existe a certeza de que não faltará emoção.

_________________________________
Acompanhe também meu trabalho em:
http://falandocomastorcidas.blog.terra.com.br
http://bolaredonda.blog.terra.com.br
http://bolaredondabrasil.blogspot.com
http://www.futebolpr.com.br
http://www.paranautas.com
http://www.radioparanaclube.com.br

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Abre-jogo: Criciúma Esporte Clube x Paraná Clube

Nesta terça-feira, dia primeiro de julho de 2008, às 20hs30, no Heriberto Hulse, em Criciúma, o Paraná Clube enfrentará o time local em partida válida pela nona rodada do campeonato brasileiro da segunda divisão.

A partida terá o comando do árbitro baiano Manoel Nunes Lopo Garrido, que será auxiliado pelos gaúchos Júlio César Rodrigues Santos e José Antonio Chaves Franco Filho, figurando como quarto árbitro o catarinense José Acácio da Rocha.

O time paranaense segue sua "via-crucis" na segundona e espera, em caso de vitória (e dependendo de resultados) sair da incômoda zona de rebaixamento, onde se encontra desde a primeira rodada do certame.

O treinador Rogério Perrô tem três partidas como comandante do Paraná Clube e conseguiu até agora uma vitória, um empate e uma derrota, sendo que esta última se deu na rodada passada diante do lanterna América Futebol Clube, de Natal, que venceu os últimos três confrontos diante do time de Curitiba.

No confronto da "gralha" contra o "tigre", ambos precisam vencer. O Criciúma está no meio da tabela, vem de derrota por 2 a 0 diante do Vila Nova e, sem contar a vitória sobre o Fortaleza por 2 a 1 na sétima rodada, não sabia o que eram "três pontos" desde a terceira rodada, quando superou o São Caetano por 2 a 1, logo, a partida em tela levará a campo dois times que precisam, de qualquer forma, vencer.


Conheça um pouco do oponente do Paraná Clube

O Criciúma Esporte Clube foi fundado em 19 de maio de 1947, tem como mascote o tigre e nada recebe do seu patrocinador esportivo (a empresa se obrigou a fornecer 6.500 peças ao clube).

É o Criciúma um dos mais vitoriosos times de Santa Catarina. Conquistou uma Copa do Brasil em 1991, um brasileiro da segundona em 2002, um brasileiro da "Série C" em 2006 e além de oito estaduais, ganhou uma Copa Santa Catarina em 1993.

O "tigre" durante a semana praticamente acertou com o veterano atacante Jardel que deverá atuar junto com o goleiro Danrlei, também em negociações com essa diretoria.

O Criciúma é um dos times que mais disputou a série "B", sendo esta, sua décimo-oitava participação e, mesmo já tendo liderado a divisão de elite, jamais acabou em posição melhor que o décimo-quarto lugar.

Dos jogadores que estavam no elenco em 2007, vale citar o goleiro Zé Carlos, o rodado zagueiro Cláudio Luiz, o experiente defensor Sílvio Criciúma e ainda a promessa da lateral esquerda Uendel. A promessa do time era o atacante Jean Coral que, mesmo não rendendo o que dele se esperava, já está em Portugal para acertar sua vida junto ao Vitória de Guimarães.


O "raio x" dos times no Brasileirão!

O Criciúma ocupa atualmente a décima posição no certame. Com dez pontos, o time tem aproveitamento de 41% (quarenta e um por cento) dos pontos disputados, apresenta o pior ataque (seis gols marcados) e a terceira melhor defesa do campeonato com oito gols sofridos.

Segundo o site "Chance de gol" (www.chancedegol.com.br), o "Tigre" tem menos de 0,01% de vencer a segundona, com 1,8% de chances de subir à primeira divisão. Por outro lado, o site indica que tem esse time apenas 24,8% de chances de ser rebaixado para a série "C" que terá formato inédito em 2009, com vinte agremiações disputadas em turno e returno, nos moldes dos campeonatos das demais séries.

O Paraná Clube vai com duvidosa motivação para o confronto de logo mais. A derrota para o lanterna América de Natal foi como uma "ducha de água fria" no ânimo paranista, mesmo assim, a torcida junta os cacos e forças para empurrar o time à divisão de elite do futebol nacional ainda neste ano.

Ainda na décima-sétima posição, o Paraná Clube tem sete pontos, o quarto pior ataque (com oito gols marcados) e a nona pior defesa (com doze gols sofridos), tendo 29% de aproveitamento dos pontos disputados.

Segundo o site "Chance de gol', a situação do tricolor paranaense continua complicada, indicando que o Paraná Clube tem apenas 0,3% de chances de subir à primeira divisão ainda em 2008, e conta com 53,8% de chances de rebaixamento para a Série "C".


Como foi a semana das equipes e quais as prováveis escalações?

Paraná Clube

O técnico Rogério Perrô contou com pouco tempo para armar a equipe para a partida contra o Criciúma e sabe que não poderá contar com o único lateral direito de ofício no elenco, Claudemir, que conseguiu a proeza de, em quinze segundos, levar dois cartões amarelos e consequentemente, ser expulso, deixando o tricolor com um jogador a menos em campo, fato não raro na história recente do clube. Para sanar tal situação o volante Naves, que já vem treinando nesse setor, será improvisado na posição.

Na meia cancha, o treinador paranista visualiza algumas mudanças. Uma delas consiste na saída do jovem volante Diego para a entrada de Agenor, que foi contratado junto ao Brasiliense e que aparecerá pela primeira vez como titular da equipe. Outra mudança importa no retorno do meia Éverton, após ter o mesmo cumprido suspensão automática por terceiro cartão amarelo.

Cabe ressaltar alguns pontos preocupantes no elenco paranista: o acúmulo de cartões amarelos, principalmente do setor defensivo e o fato de que nas últimas doze partidas, o tricolor não acaba com onze atletas em campo.


Criciúma Esporte Clube

O treinador Gélson da Silva comandou na segunda-feira o treino que definirá a equipe para a partida. Antes, lamentou o revés para a imprensa local alegando que embora seu time tenha errado muito na marcação, não fora o mesmo pressionado pelo Vila Nova, tendo ficado clara a incapacidade de reação dos seus atletas.

Embora tenha o treinador dito que o time tem condições de melhorar, principalmente nas partidas fora de casa, considerou o mesmo que o "Tigre" já achou a sua melhor formação (com o esquema 4-4-2), mas que ainda falta o "acerto" de algumas peças, o que daria um volume maior de jogo.

Pelo pouco tempo entre a última partida e a próxima, o comandante do Criciúma buscará aproveitar o entrosamento dos jogadores que vêm atuando, ciente de que ainda não poderá contar com o meia Fantick, ainda em recuperação de fratura na perna.



Prováveis escalações:

O Paraná de Rogério Perrô deverá assim formar: Gabriel; Ricardo Ehle, Ciro e Luciano; Naves, Agenor, Vagner, Éverton, Giuliano e Rogerinho; com Gílson sendo a única referência na frente.

O Criciúma de Gélson da Silva deverá entrar com: Zé Carlos; Reginaldo Araújo, William, Cláudio Luiz e Cláudio; Coutinho, Mateus, Basílio (Luciano Bebê) e Valdeir; Zulu e Jael.

_________________________________
Acompanhe também meu trabalho em:
http://falandocomastorcidas.blog.terra.com.br
http://bolaredonda.blog.terra.com.br
http://bolaredondabrasil.blogspot.com
http://www.futebolpr.com.br
http://www.paranautas.com
http://www.radioparanaclube.com.br