segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Surpresa animadora


Sempre tive para mim que time que quer ganhar tem que jogar pra frente. Claro que não se pode jamais deixar de ter um comprometimento defensivo, uma organização tática nesse sentido. Nos últimos anos (seja no Brasil ou fora, independente de divisão) a regra é de que os melhores ataques ocupem os postos de cima. Assim, e até porque as vitórias valem três pontos e seu número é o primeiro critério de desempate, os times com alguma pretensão têm jogado à frente, buscado sempre o gol do adversário.
Voltemos ao ponto específico que é a campanha do Paraná Clube. Fonseca substituiu Ricardo e, para apagar incêndio, adotou um sistema com três volantes, que deu muito certo até as outras equipes engrenarem. Tal fato, e não a qualidade do jogo paranista, explica sua presença em dezesseis das vinte e cinco rodadas no G4. Apesar disso, mesmo quando Fonseca estava “no topo”, percebia-se a carência de ofensividade, a pouca agressividade da equipe de tal modo que Lima, o lateral-esquerdo, chegou a ser o artilheiro, com os atacantes deixando a desejar.
O campeonato engrenou, as equipes idem e o Paraná defensivista começou a perder força. Por muitas vezes a equipe tentava segurar um resultado (mesmo de empate) e, ao sofrer gol, por sua orientação defensivista e pelas peças (algumas vezes com zagueiros nas laterais e quatro volantes em campo) não conseguia reagir.
O tempo passou, o Paraná deixou de somar pontos, “queimou a gordura”, caiu na tabela e Fonseca e com ele seu treinador.
Quando a diretoria anunciou Guilherme Macuglia um arrepio de medo tomou conta dos paranistas, muito porque o “gaúcho” pouco fizera no cenário nacional e porque seu último trabalho não deixou saudades aos torcedores do Caxias.
Minha primeira reação até foi nesse sentido, temendo o que de pior poderia acontecer ao tricolor.
Veio o jogo contra o Goiás e o gol sofrido no primeiro minuto dava a impressão de que seria um final de temporada daqueles. Ledo engano. Após o revés o Paraná foi pra cima da equipe do Centro-Oeste e por pouco não consegue mais que o empate. Nessa partida o tricolor somou apenas um ponto mas me deu a tranqüilidade que necessitava pela sua postura.
O sempre ofensivo Náutico seria o próximo teste do tricolor. Jogando pra cima, com dois zagueiros, dois laterais participantes e três meias, apesar de ter apenas um no comando de ataque, o tricolor encurralou o adversário e não deu a menor chance à equipe de Recife. O Paraná diante do Timbu fez sua melhor partida em casa na temporada e comprovou a tese de que time que entra pra vencer dificilmente sofre o revés. Já time que entra para empatar...
Fiquei feliz com a postura do Paraná e com a forma como Macuglia viu o time. Há tempos nesta coluna pedia ofensividade e que isso poderia se conseguir com três meias (Packer, Dinélson e Henrique) e apenas o Hernane. Fiquei satisfeito por acertar a profecia e muito mais por, mesmo atrás, acreditar que o time, jogando dessa forma, possa regressar à primeira divisão.