segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Desastre!

O título define a temporada paranista em 2011! E o fiasco só não foi maior porque a equipe conseguiu, a duras penas, seguir na segundona. O Paraná Clube acabou o ano rebaixado em campo no estadual (fato ratificado pelo tribunal esportivo graças à inóqua mobilização paranista no julgamento) e com a pior campanha na segunda divisão desde a queda: décimo-terceiro lugar, a apenas cinco pontos do rebaixamento. Em 2008 o tricolor chegou em décimo-primeiro, décimo em 2009 e sétimo em 2010.
Lembremos que neste ano O Paraná chegou a inclusive ficar por quinze rodadas no G4. Nada, no entanto, impediu o melancólico final de ano com catorze vitórias e derrotas e dez empates; tendo o décimo-segundo ataque (48 gols) e, ao menos, a quinta melhor defesa (44 gols).
Pior que os dados acima é a teimosia de entender o momento do clube e a manutenção de fórmulas que não dão certo. Macuglia não tem condições de montar uma equipe que tenha alguma pretensão. Num ano onde o tricolor irá enfrentar a via-crucis da segundona estadual e onde talvez sequer tenha ranking nacional para ser convidado à Copa do Brasil (povoada pelos times que participarão da Libertadores), o comando segue com as idiossincrasias e despreza a torcida. O Site Paranautas iniciou um abaixo-assinado visando a não manutenção de Macuglia, fato aparentemente ignorado por quem de direito, que ainda respondeu entrevistas em tom deselegante e autoritário. Lamentável, até porque os números do Paraná com essa “forma de se fazer futebol” são os piores da história do clube.
O futebol do Paraná Clube precisa ser revisto e os atuais senhores afastados, licensiados. O atual olhar não contempla a retomada do caminho paranista mas sim, apenas reflete as teimosias e a falta de atualização com o mercado, o mundo do futebol e seus procedimentos. Futebol não se faz como no tempo do Onaireves onde a amizade e o respaldo desse eram importantes. Hoje o dirigente tem que ser técnico, perito e não apenas um apaixonado.
Os números não têm doutrina, sentimentos ou teimosias. Recorro à eles para demonstrar o desastre da campanha paranista.
O Paraná teve na segundona apenas 517 finalizações, menos que os rebaixados Vila Nova e ICASA, ficando em décimo-sexto lugar geral nesse quesito.
No item “passes certos” o tricolor foi apenas o décimo-oitavo com 7.882, acima apenas de ABC e Bragantino.
Com 818 roubadas de bola, a equipe de Macuglia foi apenas a décima-quarta no certame, atrás, por exemplo, do rebaixado Salgueiro, com 824.
Mas nem todos os números paranistas foram ruins! Na matéria “Indisciplina”, o Paraná figurou sempre no topo: foi a quarta equipe com mais faltas cometidas (795), a quarta também em cartões vermelhos (11) e a primeira em cartões amarelos, com a invejável marca de 138.
Refletem esses números o nervosismo de fora de campo? As teimosias e desmandos do departamento de futebol? Creio que sim, motivo pelo qual entendo que as mudanças no comando do futebol paranista devem ser imediatas, com a mudança não apenas dos gestores, mas dos auxiliares de dentro e fora de campo.
Mas a análise não para aí. Ao vermos os números individuais dos atletas paranistas, temos a compreensão de que, realmente, o elenco foi mal escolhido. E que não venham aqui com a eterna ladainha da falta do dinheiro pois equipes mais modestas chegaram à frente do tricolor.
O paranista melhor colocado na artilharia é o limitadíssimo Giancarlo, em vigésimo-segundo lugar com oito gols. O atleta, escolhido na internet como a pior contratação já feita pelo Nacional do Uruguai, se tivesse convertido metade dos gols fáceis perdidos, poderia ter ajudado mais o tricolor.
Lima foi disparado o melhor atleta no Paraná. Qualquer torcedor sabe disso e os números também comprovam. Além de ter sido o segundo artilheiro da equipe, foi o melhor tricolor em vários fundamentos em todo o campeonato: em assistências foi o décimo, com oito passes para gol; quem mais finalizou, com sessenta e seis arremates, vigésimo-oitavo no geral; com novecentos e setenta e sete passes certos, foi o décimo-segundo no geral e ainda, o melhor ladrão do time, com oitenta e cinco roubadas, o trigésimo-primeiro no geral.
Claro, a análise não seria completa sem um olhar individual no quesito indisciplina. Acreditem vocês, o paranista que mais fez faltas na temporada foi o atacante Giancarlo, com setenta e uma faltas, algo que qualquer torcedor já poderia imaginar. O atacante que perde muitos gols não perdia as oportunidades para matar os ataques da equipe com suas faltas bobas. Giancarlo é o único atacante no meio de vários zagueiros e volantes na lista, sendo o décimo-terceiro no geral e o paranista que mais levou cartões amarelos, dez.
Os números servem para uma análise fria. Nem pretendo aqui ainda trazer considerações sobre a campanha de Macuglia, no entanto, apenas busco tratar do elenco e dos seus comandantes diretos, e então é de fácil constatação de que houve sim falhas no projeto para o ano que se passou.
Macuglia não é treinador para a tradição paranista, o mesmo serve para Giancarlo, aliás, do elenco, o único destaque foi Lima, já negociado sem que o Paraná tivese sequer tentado mantê-lo.
O competente e isolado Rubens Bohlen tem muito trabalho a fazer e imagino, deva começar por bem selecionar quem serão os responsáveis pelo futebol, não permitindo mais intervenções apaixonadas ou oportunistas, afinal, a entrada de alguns jogadores no elenco e sua imediata escalação, levam a pensar que nada mudou no comando do futebol paranista. Aliás, mudou sim, para pior e tanto a queda no estadual como a pior campanha na segundona, com o respaldo dos números frios acima, comprovam esta tese.


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