segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Bipolaridade tricolor


O Paraná Clube além de campeão estadual foi quinto lugar no brasileiro de 2006. Graças a esse feito foi à Copa Libertadores em 2007, onde passou da fase de grupos após ter sido vice-estadual. Após a desmontagem de dois elencos (um ao final do estadual e o outro logo à queda na copa continental) em curto período, penou para encontrar um padrão de jogo, tendo utilizado garotos como Everton e Giuliano sem conseguir convencer. Assim, acabou pagando o preço pela má gestão, mais preocupada em atender interesses de “parceiros”, caindo no nacional. Como consolo, Josiel sagrou-se artilheiro do brasileirão com vinte gols.
O Paraná após a queda não conseguiu ter um estadual convincente, vindo a cair para a segunda regional em 2011, após um péssimo primeiro turno e a expectativa equivocada de que conseguiria, sem muito esforço, manter-se no estadual para depois “voltar à primeira nacional”. Tal análise é tema para outra coluna mas vale o registro.
Na segunda de 2008 o tricolor lutou para fugir do rebaixamento e finalizou a temporada em décimo-primeiro lugar com 49 pontos, mesmo número de gols e 54 contra, saldo de menos cinco, obtendo 14 vitórias.
Em 2009 o Paraná flertou com o rebaixamento em algumas rodadas, reagiu e acabou em décimo com 53 pontos, 51 gols pró e 56 contra, saldo e número de vitórias idênticos ao da temporada anterior.
Em 2010 a equipe de Marcelo Oliveira chegou a liderar o certame mas perdeu força graças à problemas internos e atrasos de salários, acabando o ano em sétimo lugar, com 15 vitórias, 47 gols pró e 44 contra, saldo positivo de três gols.
Após o fiasco no regional, o flerte com o G4 levava a crer que o tricolor tinha retomado sua grandeza. Novamente questões internas, desavenças no elenco e o eterno problema da falta de dinheiro fizeram o Paraná cair de rendimento, ao ponto de na última rodada ainda não estar livre do rebaixamento. Com a vitória diante do Bragantino o Paraná acabou o ano na pior colocação desde a queda, décimo-terceiro lugar, com as mesmas catorze vitórias de 2008 e 2009, 48 gols pró, 44 contra e seu melhor saldo, quatro gols positivos.
Quando o Paraná parecia estar subindo um degrau a cada ano, rumo ao regresso, apresenta sua pior participação na segundona, no mesmo ano em que foi relegado à série prata estadual, a qual dirigentes, em depoimentos à imprensa, informaram que os times participantes sentem-se honrados com a presença do tricolor, numa demagógica prova do “pensar pequeno”.
A luta “oficial” agora é para antecipar a segundona estadual no intuito de permitir ao tricolor não se obrigar a manter dois elencos para competições paralelas. Ora, o Paraná recente não vem usando mais de cinqüenta jogadores (chegando a oitenta e dois) por ano? Um elenco de trinta, trinta e cinco atletas, composto em parte com garotos da base, sem “atravessadores”, não seria suficiente?
Como será o tricolor de 2012, o das desculpas ou o que vinha subindo devagar ano a ano? O que lidera o campeonato ou o que luta para não cair?
O maior problema é tentar explicar a bipolaridade paranista ao apaixonado torcedor, passando pelo compromisso de racionalmente demonstrar que o elenco será aquele que se puder ter.
Exemplos de equipes tradicionais que patinaram existem aos montes. Resta saber se os passos da retomada desses serão também seguidos. 

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