1) Jornalistas não creem em descenso http://www.bemparana.com.br/index.php?n=100974&t=jornalistas-nao-creem-em-descenso
Os sete profissionais de imprensa ouvidos pelo Jornal do Estado acreditam que o Paraná Clube fugirá do rebaixamento no Campeonato Paranaense. Nem todos, porém, apostam na classificação para a próxima fase.
“O Paraná escapa do rebaixamento e não se classifica”, diz Irapitan Costa. “O que eu acho altamente positivo pela realidade vivida. Não seria muito bom avançar de fase. Se não passar de fase, teria um mês para refletir sobre os erros e se preparar para a Série B”, explica.
“Acredito que escapa do rebaixamento, mas não avança à próxima fase. Nesse momento, aliás, seria a melhor coisa para o clube evitar um novo fiasco na Série B”, comenta Rodrigo Fernandes.
“Deve escapar do rebaixamento, pois apesar dos problemas ainda dispõe de maior estofo técnico que os concorrentes”, afirma Carlos Simon. “Creio que avance de fase num provável sétimo ou oitavo lugar”, comenta.
David Formiga é mais ácido na sua resposta. “O estadual de 2009 tem talvez o pior índice técnico e tático já visto. Exatamente por isso, pela idêntica falta de qualidade das equipes, o tricolor até poderá se classificar e, por sua ‘camisa’, quem sabe até conseguir uma vaga para a Copa do Brasil de 2010”, prevê.
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2) Erros de 2009 ajudam a alimentar os problemas http://www.bemparana.com.br/index.php?n=100975&t=erros-de-2009-ajudam-a-alimentar-os-problemas
Os profissionais de imprensa também explicaram a crise vivida pelo Paraná Clube em 2009. “A diretoria entregou, sem a menor responsabilidade, a tarefa de planejar a temporada de 2009 a um treinador que ao invés de currículo tinha ‘folha corrida’. As más escolhas de Comelli para o elenco de 2009 ficaram claras já no início do estadual”, critica David Formiga. “Comelli era teimoso e insistia em jogadores como Edu Silva, Hernani, Kléber e Abuda”, comenta Daniel Piva.
Para Rodrigo Fernandes, há outro motivo para o fracasso na escolha dos reforços. “As contratações ruins são fruto das finanças do clube. Sem dinheiro, procura-se fazer mágica com jogadores baratos. E quase sempre dá errado”, afirma.
A lista de problemas, porém, não para por aí. “Há uma aparente falta de comprometimento da maior parte do elenco, por motivos ainda não totalmente esclarecidos”, cita Carlos Simon.
“O time perde gols por nervosismo. Os atacantes temem mais as vaias da torcida que a defesa do adversário”, diz Ayrton Baptista Junior. “O time fica nervoso quando leva gol na Vila Capanema”, completa.
Irapitan Costa, que acompanha de perto o dia-a-dia dos jogadores, descarta problemas de relacionamento dentro do clube. “Não vi absolutamente nada nesse sentido. É até estranho um ambiente bom como esse para um clube que está nessa situação”, conta. “Também não teve omissão da diretoria. O presidente e o vice de futebol estão sempre presentes”, relata.
3) A crise do Paraná, sob os olhos da imprensa
Profissionais listam erros cometidos pelo clube desde 2007, quando começou a despencar http://www.bemparana.com.br/index.php?n=100976&t=a-crise-do-parana-sob-os-olhos-da-imprensa
O Paraná Clube foi quinto colocado no Brasileirão de 2006, com média de 10.500 pagantes por partida. Em 2007, disputou a Copa Libertadores pela primeira vez na história e chegou às oitavas-de-final. Depois disso, só decadência. O time foi rebaixado no Brasileirão, quase caiu para a Série C em 2008 e neste ano está ameaçado de rebaixamento no Paranaense. Na atual temporada, tem uma média de 3.400 pagantes na Vila Capanema.
Como explicar uma queda tão abrupta? Para buscar essa resposta, o Jornal do Estado ouviu sete profissionais da imprensa paranaense.
Dez principais erros foram apontados. O problema mais citado foi a crise política iniciada em 2007. Naquele ano, durante o Brasileirão, o então presidente José Carlos de Miranda foi acusado de desviar dinheiro e de favorecer empresários de jogadores ligados ao clube. Miranda acabou punido pelo Conselho do Paraná. A diretoria, dividida, passou a ter problemas internos.
“A crise da direção, com todas as acusações e problemas que surgiram, tirou o clube do rumo”, afirma o jornalista Gil Rocha, da RPC. Os problemas políticos afetaram o desempenho da equipe, que caiu para a Série B. “Em 2008 e 2009, como clube de Série B, perdeu o grande atrativo que dispunha: poder pagar baixos salários em troca da vitrine a jogadores promissores. E teve que desembolsar mais para ter elenco de menor poderio técnico”, analisa o jornalista Carlos Simon, da Tribuna do Paraná.
“Historicamente o Paraná dependia da cota de TV para fechar o orçamento. Esse dinheiro desapareceu com o rebaixamento. E o clube teve que produzir talentos para vendê-los, como fez com o Pimpão, por exemplo. Agora o clube vive esse imediatismo”, destaca Irapitan Costa, da Rádio Transamérica e da Tribuna.
Outro problema foi a má administração do dinheiro arrecadado. “Só a venda do Thiago Neves deveria bancar toda a folha de pagamento do clube por pelo menos um ano. Só aí dá para ver como o clube é mal administrado”, critica Rodrigo Fernandes, da Gazeta do Povo.
A interferência de empresários de jogadores no departamento de futebol é mais um fator apontado. “O casamento com a LA Sports confirmou ter passado o Tricolor de ‘casa de formação de talentos’ a ‘time de aluguel’. Com a saída desses empresários, o time se viu sem profissionais na área e tentou, com soluções ‘caseiras’, montar um time que não deu certo”, explica David Formiga, colunista do JE e do site Paranautas.
A pequena participação da torcida no estádio tornou-se outro problema após o rebaixamento. “Alie mais essa dor de cabeça junto com um estádio que não tem condições de comportar a sua torcida, principalmente em dias de chuva e frio, com um time que não cansa de colecionar fracassos”, completou Daniel Piva, do site Paranistas.com.
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