quarta-feira, 18 de março de 2009

Matérias do Jornal do Estado

O jornalista Sílvio Rauth Júnior do Jornal do Estado enviou o questionário do "post" abaixo indagando sobre a atual fase do Paraná Clube. Com as respostas, esse baita profissional elaborou brilhantes colunas sobre nosso atual momento, as quais compartilho com os amigos:


1) Jornalistas não creem em descenso http://www.bemparana.com.br/index.php?n=100974&t=jornalistas-nao-creem-em-descenso

Os sete profissionais de imprensa ouvidos pelo Jornal do Estado acreditam que o Paraná Clube fugirá do rebaixamento no Campeonato Paranaense. Nem todos, porém, apostam na classificação para a próxima fase.
“O Paraná escapa do rebaixamento e não se classifica”, diz Irapitan Costa. “O que eu acho altamente positivo pela realidade vivida. Não seria muito bom avançar de fase. Se não passar de fase, teria um mês para refletir sobre os erros e se preparar para a Série B”, explica.
“Acredito que escapa do rebaixamento, mas não avança à próxima fase. Nesse momento, aliás, seria a melhor coisa para o clube evitar um novo fiasco na Série B”, comenta Rodrigo Fernandes.
“Deve escapar do rebaixamento, pois apesar dos problemas ainda dispõe de maior estofo técnico que os concorrentes”, afirma Carlos Simon. “Creio que avance de fase num provável sétimo ou oitavo lugar”, comenta.
David Formiga é mais ácido na sua resposta. “O estadual de 2009 tem talvez o pior índice técnico e tático já visto. Exatamente por isso, pela idêntica falta de qualidade das equipes, o tricolor até poderá se classificar e, por sua ‘camisa’, quem sabe até conseguir uma vaga para a Copa do Brasil de 2010”, prevê.
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2) Erros de 2009 ajudam a alimentar os problemas http://www.bemparana.com.br/index.php?n=100975&t=erros-de-2009-ajudam-a-alimentar-os-problemas

Os profissionais de imprensa também explicaram a crise vivida pelo Paraná Clube em 2009. “A diretoria entregou, sem a menor responsabilidade, a tarefa de planejar a temporada de 2009 a um treinador que ao invés de currículo tinha ‘folha corrida’. As más escolhas de Comelli para o elenco de 2009 ficaram claras já no início do estadual”, critica David Formiga. “Comelli era teimoso e insistia em jogadores como Edu Silva, Hernani, Kléber e Abuda”, comenta Daniel Piva.
Para Rodrigo Fernandes, há outro motivo para o fracasso na escolha dos reforços. “As contratações ruins são fruto das finanças do clube. Sem dinheiro, procura-se fazer mágica com jogadores baratos. E quase sempre dá errado”, afirma.
A lista de problemas, porém, não para por aí. “Há uma aparente falta de comprometimento da maior parte do elenco, por motivos ainda não totalmente esclarecidos”, cita Carlos Simon.
“O time perde gols por nervosismo. Os atacantes temem mais as vaias da torcida que a defesa do adversário”, diz Ayrton Baptista Junior. “O time fica nervoso quando leva gol na Vila Capanema”, completa.
Irapitan Costa, que acompanha de perto o dia-a-dia dos jogadores, descarta problemas de relacionamento dentro do clube. “Não vi absolutamente nada nesse sentido. É até estranho um ambiente bom como esse para um clube que está nessa situação”, conta. “Também não teve omissão da diretoria. O presidente e o vice de futebol estão sempre presentes”, relata.


3) A crise do Paraná, sob os olhos da imprensa

Profissionais listam erros cometidos pelo clube desde 2007, quando começou a despencar http://www.bemparana.com.br/index.php?n=100976&t=a-crise-do-parana-sob-os-olhos-da-imprensa

O Paraná Clube foi quinto colocado no Brasileirão de 2006, com média de 10.500 pagantes por partida. Em 2007, disputou a Copa Libertadores pela primeira vez na história e chegou às oitavas-de-final. Depois disso, só decadência. O time foi rebaixado no Brasileirão, quase caiu para a Série C em 2008 e neste ano está ameaçado de rebaixamento no Paranaense. Na atual temporada, tem uma média de 3.400 pagantes na Vila Capanema.
Como explicar uma queda tão abrupta? Para buscar essa resposta, o Jornal do Estado ouviu sete profissionais da imprensa paranaense.
Dez principais erros foram apontados. O problema mais citado foi a crise política iniciada em 2007. Naquele ano, durante o Brasileirão, o então presidente José Carlos de Miranda foi acusado de desviar dinheiro e de favorecer empresários de jogadores ligados ao clube. Miranda acabou punido pelo Conselho do Paraná. A diretoria, dividida, passou a ter problemas internos.
“A crise da direção, com todas as acusações e problemas que surgiram, tirou o clube do rumo”, afirma o jornalista Gil Rocha, da RPC. Os problemas políticos afetaram o desempenho da equipe, que caiu para a Série B. “Em 2008 e 2009, como clube de Série B, perdeu o grande atrativo que dispunha: poder pagar baixos salários em troca da vitrine a jogadores promissores. E teve que desembolsar mais para ter elenco de menor poderio técnico”, analisa o jornalista Carlos Simon, da Tribuna do Paraná.
“Historicamente o Paraná dependia da cota de TV para fechar o orçamento. Esse dinheiro desapareceu com o rebaixamento. E o clube teve que produzir talentos para vendê-los, como fez com o Pimpão, por exemplo. Agora o clube vive esse imediatismo”, destaca Irapitan Costa, da Rádio Transamérica e da Tribuna.
Outro problema foi a má administração do dinheiro arrecadado. “Só a venda do Thiago Neves deveria bancar toda a folha de pagamento do clube por pelo menos um ano. Só aí dá para ver como o clube é mal administrado”, critica Rodrigo Fernandes, da Gazeta do Povo.
A interferência de empresários de jogadores no departamento de futebol é mais um fator apontado. “O casamento com a LA Sports confirmou ter passado o Tricolor de ‘casa de formação de talentos’ a ‘time de aluguel’. Com a saída desses empresários, o time se viu sem profissionais na área e tentou, com soluções ‘caseiras’, montar um time que não deu certo”, explica David Formiga, colunista do JE e do site Paranautas.
A pequena participação da torcida no estádio tornou-se outro problema após o rebaixamento. “Alie mais essa dor de cabeça junto com um estádio que não tem condições de comportar a sua torcida, principalmente em dias de chuva e frio, com um time que não cansa de colecionar fracassos”, completou Daniel Piva, do site Paranistas.com.

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terça-feira, 17 de março de 2009

Jornal do Estado - Questionário sobre o Paraná Clube

Recebi de colegas do Jornal do Estado um questionário distribuído à imprensa que visava saber dos entrevistados sua opinião sobre o que ocorre com o Paraná Clube.

Passo aqui as perguntas com as respostas por mim enviadas:


1 – O Paraná vive a pior crise da sua história? Por quê?

David Formiga: A crise atual do Paraná Clube não é apenas algo relacionado ao futebol. Os maus resultados em campo refletem a incapacidade diretiva e a falta de preparo do departamento de futebol. A crise no Paraná Clube foi instaurada logo após o “penta”, é algo continuado, no entanto, dentro de campo, embora o Paraná siga descobrindo e formando jogadores de qualidade, pode-se dizer sim que o clube passa pelo seu pior momento.

2 – Quais fatores levaram o Paraná ao fracasso em 2009?

David Formiga: Uma soma de fatores levou o futebol do Paraná Clube ao seu momento mais delicado. Logo após o “penta” no final dos anos 90 o Clube precisou “enxugar” as contas, o que levou a uma queda de qualidade nos times subseqüentes. Mesmo assim, em alguns setores, dívidas eram acumuladas e o patrimônio dilapidado. Com a queda em 99 (graças à média num brasileirão onde o “tapetão” ajudou a Internacional e Botafogo – caso Sandro Hiroshi), a equipe voltou à primeira divisão já na João Havelange. Após essa, por duas vezes o tricolor esteve próximo da segundona estadual sendo que somente voltou a ser campeão em 2006 quando surgiu a parceria com a L.A. Sports. Tal “casamento” confirmou ter passado o tricolor de “casa de formação de talentos” a “time de aluguel”. Com a saída desses empresários (que hoje levaram o Avaí à primeira divisão) o time se viu sem profissionais na área e tentou, com soluções “caseiras” (sem o menor compromisso com o resultado) montar um time que não deu certo. Assim o tricolor caiu em 2007 e, como não subiu em 2008 (ano em que, na virada de turno teve que “ir às compras” para ter um elenco que ao menos permitisse sua manutenção na segundona), entregou, sem a menor responsabilidade, a tarefa de planejar a temporada de 2009 a um treinador que ao invés de currículo tinha “folha corrida”. As más escolhas de Comelli para o elenco de 2009 ficaram claras já no início do estadual e a entidade, sem capacidade, preferiu jogar a responsabilidade a um treinador novato (mas com respaldo pela brilhante e correta carreira como atleta), que sofre para, sem um elenco capaz de ser competitivo, classificar-se à segunda fase de um estadual de baixíssima qualidade.

Somem-se à esses fatos a questão da origem paranista (onde nem todos os torcedores dos “times originários” acolheram o Paraná Clube como legítimo sucessor, muitos tendo inclusive deixado de acompanhar o time no estádio) e a coleção de insucessos, tem-se como resultado um cenário lamentável onde a falta de qualidade em campo reflete-se na evasão do torcedor cada vez mais descontente com a falta de comprometimento diretivo.

3 – Após a Libertadores 2007, o Paraná Clube despencou e não mostrou sinais de recuperação. Quais fatores para essa queda?

David Formiga: Na Libertadores o clube parecia ser refém dos seus arrendatários, situação muitas vezes refletida nas escalações, visto que a presença de certos atletas não era compreendida por grande parte da torcida. A impressão era a de que a escalação era apresentada visando mais resultados comerciais que desportivos. Com a saída dos empresários e o surgimento de alguns escândalos envolvendo dirigentes, ficaram os que diziam “nada saber” apesar das funções exercidas. Daí, como dito acima, foram buscadas soluções “caseiras”, que vimos não terem nenhum efeito. Mais grave que a falta de capacidade e visão de futebol parece ter sido a morosidade para assumir publicamente as mesmas, o que tem como resultado o que estamos vendo. Dessa forma o tricolor caiu em 2007, não subiu em 2008 e ainda viu outorgarem toda a responsabilidade de planejamento da temporada de 2009 a alguém que jamais teve um momento brilhante no futebol nacional. O preço pelos seguidos equívocos está presente a cada passe errado, a cada gol perdido pelos jogadores sem qualidade escolhidos por esse “sistema”.

4 – Você acredita que o Paraná conseguirá escapar do rebaixamento no Paranaense e se classificar para a próxima fase?

David Formiga: O estadual de 2009 tem talvez o pior índice técnico e tático já visto. Exatamente por isso, pela idêntica (falta de) qualidade das equipes, o tricolor até poderá se classificar e, por sua “camisa”, quem sabe até conseguir uma vaga para a Copa do Brasil de 2010, o que não representará ter o Paraná elenco competitivo ou mesmo decente. Por outro lado, um deslize, um gol perdido ou mesmo um erro de arbitragem contrário, poderá sentenciar o tricolor à infeliz condição de rebaixado no estadual. Sem apoio da maioria dos torcedores, contando com os três mil e quinhentos de sempre, o tricolor depende hoje muito mais da incapacidade das outras agremiações do que de suas próprias forças, até por ser o atual elenco o de menor qualidade que já vestiu o manto tricolor.

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domingo, 15 de março de 2009

Limitado Clube

Após uma brava vitória diante do Coritiba o tricolor voltou a demonstrar todas suas limitações diante do Rio Branco na mesma Vila Capanema, tendo sido derrotado pelo placar mínimo.

Como poderá o torcedor esperar resultados de um elenco sofrível? Como esperar que Ageu e Veloso encontrem soluções táticas se, na falta de Fabinho, ambos preferem colocar Edu Silva (quem pelas últimas apresentações não deve estar pensando em seguir carreira no futebol) no setor esquerdo? Não seria a oportunidade para tentar um falso sistema de três atrás com Luís Henrique na lateral esquerda, onde já atuou?

Ageu e Veloso apesar do empenho também têm sua parcela de culpa, principalmente por não buscarem soluções que fujam um pouco do “abc” de quem pretende se aventurar como treinador. Após o gol parnanguara e com a constatação de que Edu Silva nada faria, não teria sido mais interessante desmontar o sistema com três atrás e sair em busca da vitória?

Como pode pretender prosperar uma equipe atuando com apenas um à frente, que dizem, ser atacante? Se Peterson atua melhor “abrindo o jogo”, por quê coloca-lo à frente, para perder gols? Existe análise/acompanhamento dos fundamentos dos contratados?

Acabou a “validade” da vitória no clássico e a realidade paranista é cruel, refletindo a total incapacidade dos seus dirigentes em montar uma equipe competitiva.

Quantas derrotas serão necessárias para compreender que o Paraná não tem um elenco sequer capaz de competir no estadual e que isso reflete a falta da qualidade dos seus dirigentes?

A atual fase do tricolor só não é mais irritante do que a empáfia e morosidade de quem o comanda.


Teu destino é vitória!


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