Um ditado popular reza que o
otimista se refere a um copo com água pela metade como sendo “meio cheio”
enquanto o pessimista diz estar o mesmo “meio vazio”. A diferença poética e de
ânimo entre estes faz com que discordem pela sua postura, embora ambos
concordem que o copo tem água pela metade.
O futebol não é uma ciência
exata. Mesmo assim, muitos o tratam como se fosse. Destes, talvez os piores
sejam os estatísticos fanáticos, que, com números de jogos passados, cravam
verdades, ignorando que cada partida tem sua história.
O futebol é apaixonante
exatamente por sua imprevisibilidade. Embora os números nos permitam tecer
certas considerações, não podemos nos basear cegamente nos mesmos, até por
serem obtidos diante de equipes diferentes do futuro adversário. Assim, não seria
leviano cravar o resultado de uma história que ainda não ocorreu?
No entanto, podemos utilizar os
números para demonstrar pontos a serem exaltados ou trabalhados. Ao analisarmos
o critério “gols”, temos que na temporada 2012 o Paraná fez 31 e sofreu 21;
logo, a tendência, portanto, é imaginar que trata-se de uma equipe que mais
vence do que perde. Ao filtrarmos esses dados, retirando a Copa do Brasil e a
segundona regional, temos que o tricolor marcou quatro gols em três jogos e
sofreu cinco. O Paraná em 2012 marcou 2,06 e sofreu 1,4 gols por partida
enquanto somente no nacional esse número se altera para 1,33 e 1,66
respectivamente.
O comentarista estatístico dirá
que, no campeonato brasileiro, o Paraná tende a marcar mais que um gol por
partida e a sofrer mais gols do que marca. Isso, no entanto, não serve para
cravar que na próxima partida o tricolor irá perder, mas serve como uma forma
de demonstrar que o ataque tem funcionado e a defesa não.
Para o estatístico, o Paraná nem
precisaria entrar em campo. Já o analista dirá que, em razão das falhas
defensivas o tricolor vem se complicando. Ainda assim essa seria uma análise
que não abrangeria todas as razões, visto que não se falou aqui quantos gols o
Paraná perde por partida.
O fato é que já temos número de
jogos no ano, suficientes para entendermos a equipe do Paraná, seus pontos
fortes e os fracos.
Embora os números não confirmem,
entendo que o futebol do Paraná vem melhorando, faltando apenas alguns ajustes.
Entendo que existe a necessidade de, ao menos, um zagueiro que não falhe tanto.
Creio que Wellington é peça importantíssima, mas talvez, pelo seu estado
físico, deva ser utilizado no segundo tempo, com o adversário cansado. Por
isso, quem sabe um esquema mantendo os dois volantes, com Packer à frente,
ladeado por Arthur e Luisinho, com um matador adiante, possa ser testado. No
segundo tempo, que entre Wellington no lugar de quem não estiver num dia feliz,
até porque, nem todos os atletas conseguem render bem em toda jornada.
Enquanto o pessimista se irritar
por “nada funcionar” e o otimista o fizer por “críticas ao trabalho”, prefiro a
prudência em dizer que Ricardinho seja talvez quem mais conheça de futebol dos
treinadores da segundona. Talvez ele não seja o mais experiente como treinador
e por isso, tarde a perceber alguns pontos.
Vejo no Paraná de 2012 a
possibilidade de se tornar uma equipe competitiva no decorrer da competição e
creio que, apesar dos números dizerem o oposto (o site chance de gol diz que o
Goiás tem 62,8% de chances de vitória, ficando 19,7% ao empate), o tricolor (caso
não saia tanto pro jogo e escolha melhor as oportunidades de se arriscar) pode
trazer uma vitória do Serra Dourada.
Não sou daqueles que olham o copo
meio cheio, mas certamente, pelo que imagino, não tenho motivos para pedir mais
água.
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