segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Intérprete de uma só canção

Qualquer um consegue lembrar de artistas que tiveram apenas um sucesso na carreira. Tal fato não ocorre normalmente pela falta de repertório mas sim pelo fato do mesmo não agradar a todos. Pior que isso ocorre com o intérprete que insiste em tocas músicas que não embalam, empolgam ninguém.

Ao final da última partida do Paraná a equipe inteira da Rádio Paraná Clube entrevistou o Guto (César Augusto Machado de Mello - diretor de futebol do tricolor) e o interpelou sobre o porquê do Juninho invariavelmente repor a bola, seja sob qual circunstância, com ligação direta entre a meta defensiva e os avantes.

Demonstrando conhecimento de causa, Guto informou que é essa uma jogada ensaiada onde Juninho, que teria uma reposição diferenciada, busca encontrar os avantes paranistas na corrida ao gol adversário e que o time busca atuar com foco nesse treinamento.

O pouco que aprendi de futebol com meu pai, avô, como torcedor, cronista e como treinador atuante com equipes de base me leva a questionar a falta de repertório do tricolor. Por mais que tenha Juninho essa capacidade, a citada eficácia não se verifica nos jogos.

Independentemente de ser em tiro de meta ou após defesa, o arqueiro paranista rifa a bola, não permitindo que exista uma transição decente, com bola trabalhada, entre a defensiva e o ataque tricolor o que compromete o desempenho principalmente de alas, meias e atacantes, sobrecarregando os volantes e estes que, além das atribuições normais, têm que ficar sempre atentos às “segundas-bolas”.

Se o tricolor seguir insistindo em não cantar seus melhores temas e manter o solo na ligação de quem deveria apenas defender, corre o risco de desafinar feio. Sem o uníssono dos atletas em campo, o “coro do torcedor” fora, fica comprometido.

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O que deveria se esperar em 2010


Dezessete partidas já foram disputadas pelo primeiro turno da segundona de 2010 e atualmente o tricolor, que já liderou a competição durante a copa do mundo, está mais próximo da Zona de rebaixamento do que do G4, grupo que conquista o direito de disputar a elite do futebol nacional.

Com aproveitamento de 45% (quarenta e cinco por cento) dos pontos disputados o tricolor ocupa a 11ª. posição no certame, estando na “média” que ocupa desde a queda em 2007. Lembremos, o tricolor apenas passou da décima posição desde que caiu, na presente edição do certame.

Graças aos gols marcados antes da “parada da Copa”, o tricolor ainda segue com saldo positivo (cinco), tendo o nono melhor ataque (24 gols) e a quarta melhor defesa, com dezenove (19) gols sofridos, mesmo número que o Bragantino, próximo confronto do tricolor.

Parte da queda do rendimento do tricolor deu-se por problemas extra-campo; em especial, reflexos sobre o não adimplamento de salários, fato aparentemente superado.

Tenho para mim que algo se “quebrou” no grupo durante a partida diante do Icasa. Ali acho que o Marcelo Oliveira perdeu a confiança no grupo com a clara “greve branca” em campo.

O tricolor não perdeu apenas o rumo após a Copa como também Gílson, João Paulo Marcelo Toscano, atletas que não mais ficarão no clube. De volta às compras, o tricolor repatriou Pimpão e Aquino (crias da base tricolor), tendo perdido Josiel ao internacionalmente conhecido Atlético de Goiás.

Sem norte, o tricolor atualmente está apenas a quatro pontos da ZR, metade dos pontos que o distanciam do G4, por isso, é de suma importância para o decorrer da campanha (e de suas pretensões) que, até a virada de turno, a três rodadas, faça um esforço para não mais perder pontos em casa (onde perdeu as duas últimas partidas) e volte a pontuar fora como fez na última partida, diante do São Caetano.

Cabe lembrarmos que no segundo turno de 2009 o tricolor afastou-se com louvor da ZR, jogando com raça, sendo essa fase conhecida como a da “empatabilidade”; feito suficiente para que seguisse na segundona, pretensão risível para quem, voltou a liderar o certame e pretende retornar à divisão de elite do futebol nacional.

Sobre a real situação paranista, a título de conhecimento, um dos mais importantes sites estatísticos de futebol no país, o www.chancedegol.com.br diz que hoje o tricolor tem 0,05% de chances de conquista de título, 5,9% para figurar no G4 e 2,5% de cair.

O Paraná Clube deveria aprender com os erros já cometidos e olhar com carinho e respeito para os campeonatos de 2008 e 2009, onde somou, respectivamente, 49 e 53 pontos. A título comparativo, é importante não esquecer que em 2008 o último a se classificar foi o Barueri com 63 pontos e o último a cair foi o Marília com 45. Em 2009 o mesmo ocorreu respectivamente com o Atlético-GO (65 pontos) e com o Juventude (44 pontos).

Numa conta rápida, caso vença todas as partidas até a virada de turno, o tricolor somará 29 pontos e, comparativamente, caso repita no segundo turno a campanha do primeiro, a pontuação final não deverá ser suficiente para confirmar seu regresso à primeira divisão.

Tal cenário comprova que o Paraná Clube deve mudar sua postura e para isso o ataque deve, sem Marcelo Toscano, reencontrar o caminho das redes adversárias e principalmente, seu treinador Marcelo Oliveira, deixar de invencionismos durante as partidas vez que os testes deveriam ocorrer durante os treinamentos e não em partidas válidas. Sem essa mudança na postura, pouco poderá o apaixonado paranista esperar de sua equipe na presente temporada.


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