Antes
mesmo da queda do tricolor em 2007, escrevo que o campeonato por pontos
corridos é, na verdade, o campeonato de pontos não-perdidos. Quem ao final
perder menos pontos, vence. Para isso, a equipe tem que fazer valer o mando de
jogo e pontuar fora em toda oportunidade que tiver.
O
Paraná na presente temporada tem três frentes, cada qual com regulamento
distinto. Na Copa do Brasil (de onde já foi eliminado) o sistema é de mata-mata;
no Brasileirão, valem os pontos corridos e no estadual, um sistema híbrido,
onde, se uma equipe não vencer ambos turnos, parte-se para um quadrangular.
A
equipe tricolor já disputou onze partidas em 2012 e segue anunciando atletas
para compor seu elenco, visto que a maratona de jogos, ao menos nos próximos
dois meses, será exaustiva.
Ricardinho
vem fazendo o que pode para armar seus vários “Paranás”, mesmo assim, não teve
como seguir adiante na Copa do Brasil, muito pela fragilidade e inexperiência do
elenco.
A
ciência da realidade da entidade e do elenco devem permear a montagem da equipe
dentro de campo. Ricardinho vem ousando, colocando sua equipe à frente, com
apenas um volante. Isso seria ótimo caso o tricolor não estivesse em duas
competições de níveis tão distintos e seria melhor ainda se os avantes já estivessem
“prontos”. Hoje, têm apenas potencial e vontade.
O
ataque paranista é composto por jovens jogadores, alguns deles com histórico de
instabilidade de rendimento. Talvez por isso o número de gols perdidos seja
surpreendente. Outra prova de que a forma de ver o momento do time deva ser
diferente é a verificação de que a equipe sofre mais de um gol por jogo. No ano
foram quinze sofridos em onze jogos, média de 1,36.
Na
segundona estadual, de nível risível, o único resultado inequívoco foi a estréia
diante do Junior team por 6 a 1. Nos 4 a 1 diante do Metropolitano, a equipe
teve um primeiro tempo sofrível e apenas conquistou a vantagem ao final. Além disso,
empatou com o Nacional em um tento e só não sofreu gol na vitória magra diante
do Grêmio Metropolitano.
É
um mantra, o Paraná precisa arrumar a proteção à defesa e entender a força do
seu elenco para atacar sem correr riscos. Diante do Guarani, a equipe deixou de
somar dois pontos em casa graças à falha individual do limitado André Vinícius.
Pontos perdidos na primeira rodada não podem ser recuperados. A torcida é para
que o tricolor vença o bugre no jogo do returno.
Claro
que alguns vão reclamar, afinal o Paraná jogou melhor que o vice-paulista,
tendo desperdiçado algumas boas oportunidades.
Alguns
dirão que trata-se do início de um trabalho, que existe desentrosamento, que o
dinheiro é curto. No entanto, essas ponderações há anos são manifestadas em
todo início de trabalho paranista, principalmente após a queda em 2007. Agora,
seriam esses motivos suficientes para, junto à Ricardinho, em seu primeiro
trabalho, não sugerir uma forma diferente e mais segura de jogo?
O
treinador paranista vem demonstrando conhecer futebol. Suas análises nas
coletivas são precisas e tem buscado proteger o grupo. A intenção de botar o
time à frente, sem chutão é louvável mas vimos que nem o Barcelona com o “futebol
total” vence todas.
Acho
que falta muito pouco para que o Tricolor seja uma equipe mais confiável: Com
um zagueiro experiente ao lado do Alex Alves no seu lugar de origem (defesa),
com um primeiro volante, Packer à direita, Cambará à esquerda e Wellington na
ligação, Luizinho com liberdade para chegar a Nilson, Ricardinho conseguiria,
por ora, resolver seus problemas no que tange à proteção à marcação. Aos demais
elementos (experiência, entrosamento e nervosismo), apenas o tempo poderá
ajudar.
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