segunda-feira, 25 de abril de 2011

Ressurreição

Nada mais adequado ao paranista, rebaixado à segunda do estadual em plena Páscoa, do que se falar em ressurreição.
Mas antes dessa ser efetivada, precisamos relembrar a história recente do tricolor.
O Paraná, graças ao apoio de empresários e de um fundo de investimentos, montou um bom time com o qual sagrou-se (após quase uma década de jejum) campeão estadual em 2006, tendo obtido a classificação à Copa Libertadores de 2007.
O time que conquistou o feito foi desmanchado no final de dezembro desse ano e, no estadual de 2007, o tricolor perdeu o título para o Paranavaí. Como o elenco disputava ainda a Libertadores (da qual passou da fase de grupos), manteve-se a base, apenas desmanchada com a eliminação no torneio continental. Foram dois desmanches em cinco meses.
Pessoas ligadas a empresários filmaram o então maior dirigente recebendo um cheque, motivo pelo qual, mais tarde, fora o mesmo afastado do seu cargo. Posteriormente, os empresários “amigos” acabaram migrando para outra equipe do sul do Brasil e o tricolor foi rebaixado com o artilheiro do campeonato nacional.
 Após a queda instaurou-se a anarquia no departamento de futebol paranista. Dirigentes sem capacidade, brincaram de manager, jamais proporcionando treinadores e elenco à altura do tricolor.
Eis que uma nova eleição ocorreria no Paraná. Com o presidente deposto felizmente inelegível, Machado e Romani concorreram ao cargo máximo tricolor. Um aparentemente com propostas diretivas e o outro com vontade apenas.
Antes da votação derradeira, alguns “cardeais” se reuniram num almoço cheio de simbologia para pregar o que seria a revolução paranista. Após muitas bravatas e articulações, foi escolhido o novo “papa” e dispersado o concílio. Com isso, o novo clero viu-se sozinho, acompanhados apenas dos problemas deixados pelas gestões anteriores.
Apesar disso e das dificuldades, por indicação foi trazido Marcelo Oliveira, único treinador que após a queda, deixou o tricolor no G-4, para voltar à primeira. Sabotado internamente e com atletas descontes pelo atraso de quase três meses de salários, Oliveira caiu para a volta de Cavalo.
Cavalo já tinha salvo o tricolor antes, mas entrou num time já montado ao final da campanha. Essa a justificativa do regresso, tendo Cavalo “salvo” novamente o tricolor. No entanto, o departamento de futebol queria que esse treinador montasse uma equipe para o estadual com uma risível folha de pagamento.
Esqueceram os dirigentes que nunca em sua carreira quando Cavalo foi responsável pela montagem do time, teve êxito. Assim, sem elenco e com um treinador sem história e capacidade de seleção e montagem de elenco, o Paraná foi lanterna do primeiro turno do estadual de 2011, o que lhe custaria muito caro.
Por “sugestão” do novo patrocinador, Ricardo Pinto assumiu a equipe e, graças ao fraco elenco, não teve como recuperar a má campanha do primeiro turno, sendo o tricolor rebaixado no estadual pela primeira vez em sua história.
Voltam-se os olhos tricolores para o recurso contra o Rio Branco, que pode ainda perder pontos no STJD. Uma salvação “tapetiana” que apenas viria mascarar os problemas tricolores.
Paulão, responsável pelo futebol, poderia ficar numa transição nesse departamento, não podendo o tricolor abrir mão de sua experiência. No entanto, o Paraná, por sua tradição e grandeza, merece e precisa de um elenco forte e adequado para o brasileiro. Para isso, deve o tricolor meter a mão no bolso e atrair investidores para a redenção ainda no nacional deste ano, até porque precisa a entidade dos recursos que apenas um regresso à elite do futebol poderia proporcionar.
O primeiro passo para isso é postura adequada, o que Aquilino demonstrou não ter. O atual presidente é pessoa do melhor gabarito, educada e competente como empresário mas não tem o menor tino futebolístico. Pior, suas recorrentes e esfarrapadas desculpas que apontam sempre para o fato da entidade não ter dinheiro apenas demonstram que, nas outras atividades que exerceu no clube não teve êxito; afinal, há tempos se encontra atuante. Talvez o atual presidente tivesse agido diferente se assistisse aos jogos na Vila Capanema como todo Paranista que não desistiu do time.
Para a ressurreição precisa o Paraná Clube refletir e humildemente fazer o que é correto. Apenas com aporte de recursos e um departamento comercial agressivo, visando atrair negócios e investidores, o tricolor poderá sair da fase em que se encontra.
É hora de humildade, de “meas culpas” de dirigentes e torcedores que deixaram de ir à Vila. É hora de reflexão e de muita calma. O que não mais funciona tem que ser descartado e, o que ainda pode ajudar deve ser mantido. Não há como se falar em futebol no Paraná sem que o profissionalismo seja instituído. O tricolor precisa de uma pessoa do meio, antenada com o futebol nacional e internacional, amparado com um departamento comercial que lhe prospecte e ofereça orçamento adequado para a montagem de uma equipe competitiva. É hora do fim do amadorismo!
Deve o paranista entender que o inferno está cheio de boas intenções. Logo, não basta ser paranista, é preciso ter qualidade e competência. Nessa senda, nada melhor para se cobrar metas e resultados do que profissionalizar o departamento de futebol.
O tricolor está vivo! O ocorrido despertou o sentimento do paranista. O torcedor está se associando, passando a viver a entidade. Doravante esse deverá ser o caminho da verdadeira revolução tricolor, aquela que vem de baixo para cima e não uma elitista, imposta, com promessas e manifestos que tenham apenas propósitos ufanistas e auto promocionais.
Não podemos esquecer jamais os erros dos passado, os responsáveis pelos mesmos, nem permitir que velhos fantasmas voltem a rondar a Vila Capanema. Não devemos generalizar momentos e grupos. Alguns ótimos nomes como Collere, Celso, Bohlen devem ser exaltados pelo que vem fazendo administrativamente e precisam do amparo adequado dos paranistas que entendam que o Paraná não é apenas o departamento de futebol. O Paraná não é esta péssima fase, o Paraná é cada um dos paranistas.
A fase do “Paraná para paranistas” começou neste sábado com o rebaixamento em campo. É hora, portanto, do apaixonado tricolor viver seu time plenamente, trabalhando por ele e não mais apenas ficando à distância, de forma blasè. Associe-se, participe da Paranautas, leia o Paranistas, vá à Fúria Independente, ouça a Rádio Paraná Clube, viva e pratique o tricolor.

http://www.radiomaisam1120.com.br
http://www.radioparanaclube.com.br
http://www.bemparana.com.br
http://www.paranautas.com
http://bolaredondabrasil.blogspot.com
http://www.radioglobocuritiba.com.br
http://www.redacaoemcampo.com