domingo, 12 de abril de 2009

O "clássico" e seus efeitos

O “clássico” começou a ser perdido no cartão amarelo de Lenílson (por reclamação tola) na partida contra a ACP. A derrota em si (e a consequente retirada da luta pelo título) tomou corpo com a infeliz escalação de Wando. Esse atleta fora escolhido para fazer a ligação, atuando como “ligação”, no entanto, o que se viu foi um atleta sem físico e força fazendo as vezes de “pivô” próximo à linha da fundo.

Clênio é muito mais visto como o que "torcedor gostaria que fosse" do que como realmente é, mesmo assim, era a substituição óbvia, correta: um "nove" por outro.

Não somente o gol (após falha defensiva) abalou o time, mas, uma só peça equivocada, descaracterizou a forma com a qual o tricolor vinha atuando. A presença de Wando descaracterizou padrão de jogo que Velloso tinha conseguido encontrar. A meu ver, se era para manter o mesmo padrão (como disse Velloso na coletiva) o correto seria a entrada de Éverton (ficando um meia por outro) ou, na pior das hipóteses, Gedeon. Outra possibilidade seria a entrada de Alex na direita, liberando Araújo para atuar em sua função originária, na meia cancha.

Outro ponto fundamental para a derrota foi a retirada de Araújo (prejudicado por sua função defensiva, sempre “batendo” com o Paraíba) por Alex. O time precisava de ambos.

Sobre as demais substituições, bem, foram também infelizes e o que se viu foi um time que não atuou como vinha, seja pelas infelizes opções de quem o escalou, seja pela falta de peças de qualidade.

O tricolor tem Copa do Brasil no meio da semana contra o Fortaleza e aí deverá focar seu primeiro semestre até porque, para a próxima partida do estadual não poderá contar com Agenor e Fabinho, suspensos por cartões amarelos.

O estado clínico de Luís Henrique preocupa para o decorrer da temporada e, defensivamente, Leandro (que por pouco não entregou mais uma) tem que se limitar a marcar e antecipar, passes e lançamentos não cabem ao defensor, devendo ser orientado a passar a redonda a alguém mais capacitado para sair jogando.

O tricolor tem um elenco limitado, frágil que, sem com a simples ausência de Lenílson (que não finaliza de acordo com sua qualidade em demais fundamentos) fica sem nenhuma criatividade, até porque Elvis está fora e Bruninho (ainda garoto) parece mais preocupado em jogar apenas para si e não para o time.

Outra ausência sentida no “clássico” foi a de Wellington Silva quem, mesmo não sendo nenhum notável, soma oito gols no certame e não tem substituto no elenco, ficando o tricolor com sua ausência sem nenhum poder ofensivo.

A bem da verdade, pelo elenco que temos, chega a ser surpreendente que o time esteja em tal posição na fase final, aliás, lembremos que a equipe estava ameaçada de rebaixamento no estadual.

Edimar (que vinha atuando bem nas partidas anteriores) aparentemente passou o primeiro tempo inteiro com sono, felizmente, na segunda etapa, correu e voltou a jogar como se esperava.

Fabinho segue sem aplicação tática, não voltando nem fazendo cobertura.

Nada do que aqui foi dito é novidade para o paranista que acompanha a equipe. O ponto é que Velloso disse nas coletivas antes do “clássico” que buscava escalação que lhe permitisse atuar como vinha ocorrendo, o que efetivamente não se viu, muito , pela equivocada opção por Wando. Uma peça apenas, uma engrenagem diferente serviu para que todo o motor travasse.

Ivo vem sendo questionado por sua torcida mas, por não ter inventado e contado com a força máxima de um elenco de mais qualidade, conseguiu envolver, com os quatro da frente, um elenco apenas voluntarioso, visto que descaracterizado.

O paranista tem que se conscientizar que seu time é esse. Mesmo com adversários sofríveis como a arbitragem (no “clássico”, Roman foi conivente com a violência do alviverde - só no primeiro tempo o William fez sete faltas, seis sobre Bruninho), o tricolor precisa de reforços, aliás, precisa de titulares, não de mais jogadores que apenas trarão dúvidas ao seu treinador.

Para o paranista o estadual de 2009 tem apenas uma serventia, a de se retirar pontos do Atlético e a de conceder pontos ao Malucelli, caso esse se sagre campeão com os mesmos, na última partida. Estadual, depois disso, apenas em 2010, até lá o tricolor deve focar-se na Copa do Brasil (visando, por quê não, a Libertadores) e o regresso à divisão de elite do futebol nacional, o que somente ocorrerá com muito trabalho, sem “invencionismos” e com no mínimo, seis novos titulares e com a manutenção de Agenor e Lenílson.

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