segunda-feira, 18 de junho de 2012

A bola ensina


Uma frase de efeito (muito deturpada ultimamente) passou a, recentemente, aparecer recorrentemente nas coletivas dos treinadores, que andam cada vez mais eloquentes: “a bola pune”.
No meu entender a bola não pune, ensina, punindo apenas os teimosos ou quem prefira não assimilar ensinamentos básicos.
Recentemente o Chelsea venceu a Copa dos Campeões européia, eliminando Barcelona e Bayern de Munique, dois dos times com futebol mais vistoso do momento, usando apenas de expedientes defensivos, um elenco forte e aplicado. O Chelsea é ruim? Não, de forma alguma, ao contrário, é um time forte quando faz (e bem) aquilo a que se dispõe.
Na Eurocopa a Grécia, usando inteligentemente apenas das armas que dispunha, avançou de fase mesmo sendo tida como a equipe mais fraca das dezesseis finalistas. A forte Holanda, achou que apenas jogando pra frente faria valer a maior qualidade dos seus atletas e foi eliminada sem uma vitória sequer.
Não sou favorável à retranca para garantir resultados, até por entender que quanto mais longe a bola do próprio gol, melhor. Gosto de ver o futebol ofensivo, no entanto, prefiro o futebol inteligente, aquele jogado aproveitando o que de melhor tem o elenco.
No caso do Paraná Clube, qual seria a melhor forma de jogo?
Entendo que na odiosa Série Prata, em face da melhor qualidade técnica e individual, pode o tricolor atuar de uma forma mais solta. Não que Wellington Silva ou Hugo sejam brilhantes, mas diante de adversários sem torcida, qualidade e tradição, com um pouco de zelo o resultado positivo acaba ocorrendo, como, por exemplo, aconteceu diante do Junior Team.
Mas e no nacional, é inteligente que o Paraná assuma uma postura mais “franca”, como vem ocorrendo?
Entendo que as peças do elenco tricolor são suficientes (apesar da falta de qualidade individual defensiva) para que se tenha uma equipe competitiva. A força paranista deve residir na luta e isso importa no conhecimento real do que cada um pode fazer.
O Paraná perdeu pontos atuando melhor que seus oponentes (Guarani, América de Minas, por exemplo), muito, por assumir o embate de forma franca, acreditando que esse futebol sem chutão, com passes, elaborado, fosse a solução.
Maldito Barcelona, fez acreditarmos que futebol bonito é fácil de se fazer! Poucos esquecem que o time catalão tem um projeto de base há trinta anos e as peças de fora são escolhidas a dedo. Alguém em sã consciência poderia pedir a André Vinícius ou Amarildo que saiam sem bicudas à frente?
Ricardinho, para seguir competitivo tem que entender as limitações de sua equipe e fortalecer os pontos ainda não resolvidos. De bola, ele sabe muito e para ser competitivo, antes de brilhante, é só seguir ouvindo o que a mesma tem a ensinar.

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