Uma frase de efeito (muito deturpada ultimamente) passou a, recentemente, aparecer recorrentemente nas coletivas dos treinadores, que andam cada vez mais eloquentes: “a bola pune”.
No meu
entender a bola não pune, ensina, punindo apenas os teimosos ou quem
prefira não assimilar ensinamentos básicos.
Recentemente
o Chelsea venceu a Copa dos Campeões européia, eliminando Barcelona
e Bayern de Munique, dois dos times com futebol mais vistoso do
momento, usando apenas de expedientes defensivos, um elenco forte e
aplicado. O Chelsea é ruim? Não, de forma alguma, ao contrário, é
um time forte quando faz (e bem) aquilo a que se dispõe.
Na
Eurocopa a Grécia, usando inteligentemente apenas das armas que
dispunha, avançou de fase mesmo sendo tida como a equipe mais fraca
das dezesseis finalistas. A forte Holanda, achou que apenas jogando
pra frente faria valer a maior qualidade dos seus atletas e foi
eliminada sem uma vitória sequer.
Não sou
favorável à retranca para garantir resultados, até por entender
que quanto mais longe a bola do próprio gol, melhor. Gosto de ver o
futebol ofensivo, no entanto, prefiro o futebol inteligente, aquele
jogado aproveitando o que de melhor tem o elenco.
No caso
do Paraná Clube, qual seria a melhor forma de jogo?
Entendo
que na odiosa Série Prata, em face da melhor qualidade técnica e
individual, pode o tricolor atuar de uma forma mais solta. Não que
Wellington Silva ou Hugo sejam brilhantes, mas diante de adversários
sem torcida, qualidade e tradição, com um pouco de zelo o resultado
positivo acaba ocorrendo, como, por exemplo, aconteceu diante do
Junior Team.
Mas e no
nacional, é inteligente que o Paraná assuma uma postura mais
“franca”, como vem ocorrendo?
Entendo
que as peças do elenco tricolor são suficientes (apesar da falta de
qualidade individual defensiva) para que se tenha uma equipe
competitiva. A força paranista deve residir na luta e isso importa
no conhecimento real do que cada um pode fazer.
O Paraná
perdeu pontos atuando melhor que seus oponentes (Guarani, América de
Minas, por exemplo), muito, por assumir o embate de forma franca,
acreditando que esse futebol sem chutão, com passes, elaborado,
fosse a solução.
Maldito
Barcelona, fez acreditarmos que futebol bonito é fácil de se fazer!
Poucos esquecem que o time catalão tem um projeto de base há trinta
anos e as peças de fora são escolhidas a dedo. Alguém em sã
consciência poderia pedir a André Vinícius ou Amarildo que saiam
sem bicudas à frente?
Ricardinho,
para seguir competitivo tem que entender as limitações de sua
equipe e fortalecer os pontos ainda não resolvidos. De bola, ele
sabe muito e para ser competitivo, antes de brilhante, é só seguir
ouvindo o que a mesma tem a ensinar.
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